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PORTUGUESE: ESCREVA EM!

CANÇÃO DO MAR

Ele era apenas um garotinho com olhos cor de café, cinco indo em seis, mas não era assim que ele se sentia por dentro onde ninguém podia ver… só ele sabia as verdades sobre si mesmo… as verdades que estavam unidas onde seu coração conheceu sua alma…..e o mar que existia desde tempos imemoriais…..o mar conhecia.

Ele estava hipnotizado pelo mar desde que sua mente jovem conseguia se lembrar. Ele poderia passar horas andando pela praia, distraidamente juntando conchas do mar, enquanto sua mente tentava encontrar novas palavras para descrever o que via. Ele nomeou a variedade de cores, enquanto entregava seu caderno de espiral para sua irmã. Ela sorria enquanto desempenhava seu papel em seu jogo agora familiar, soletrando as palavras descritivas, depois entregando o caderno barato de volta para ele. E pegando sua grande caixa de giz de cera, ela o ajudava a combinar as cores com as palavras.

Ele poderia dizer a qualquer um que perguntasse como o mar cheirava, às vezes salgado ou de peixe… ou depois de chover? O ar estava fresco, como o cheiro de sua casa depois de uma limpeza de primavera completa.

“Vamos, Javier!” seus irmãos imploravam, persuadindo-o a construir castelos de areia ou brincar de pega-pega ou participar de um jogo de esconde-esconde. Mas ele apenas dava seu sorriso enigmático e com determinação se jogava na areia, esperando que eles parassem de implorar. Depois de anos de tentativas, eles desistiram rapidamente. E, além disso, havia tantos deles que ele sabia que eles realmente não se importavam se ele participasse de seus jogos. Eles só queriam tornar mais fácil ficar de olho nele.

Por mais crescido que ele pensasse que era, mamãe e papai nunca permitiriam que ele brincasse sozinho na praia. “Javier”, dizia sua mãe, “você é muito pequeno; você mal consegue nadar. Algum dia, eu prometo, algum dia…” Mas ele sabia que algum dia seria anos no futuro. José tinha 11 anos antes de pisar sozinho na praia e agora era o mais velho com 14 anos. E sua mãe não entendia por que o mar o fascinava tanto, balançando a cabeça quando ele o chamava de melhor amigo . Uma criança tão caprichosa! ela pensou. E as crianças muitas vezes tinham amigos imaginários, então por que não o mar? ela supôs, lembrando-se de que ele superaria em breve.

Papai sempre ficou intrigado com Javier, ainda mais do que com sua paciente esposa. O menino se referia a si mesmo como Javi, mas seu pai não gostava de apelidos. Eles escolheram cuidadosamente os nomes para todos os seus filhos e, exceto Javier, todos aceitaram esses nomes sem questionar. Mas para Javier? Parecia que ele possuía a necessidade de se diferenciar de seus irmãos, não porque se achasse melhor do que eles – se alguma coisa ele tinha um senso de humildade, um senso de autoconhecimento… mas ele tinha apenas cinco anos de idade. ! Certamente ele estava imaginando esses traços desejáveis, pensou seu pai, afastando a ideia fantasiosa como um punhado de pó de fada, uma boa ideia, mas melhor deixar no reino da fantasia.

No entanto, ele não estava imaginando o amor de Javier pela música. Se ele pudesse cantar em vez de dizê-lo, ele o faria. Todos os seus filhos estavam no coro da igreja pelo menos por enquanto. Ele era o diretor do coral e a música era como respirar para ele. Nesta única coisa, ele e Javier estavam de acordo. Mesmo que seus filhos deixassem a música para trás na idade adulta, ninguém poderia dizer que ele falhou em incutir a importância dela na vida de alguém.

Ele podia se lembrar das muitas vezes que Javier tentou explicar a ele como o mar estava vivo. Como quando ele estava na praia e cantava, a extensão infinita de água se harmonizava com ele. Para Javier, não era apenas água espirrando contra a costa. Não era apenas um lugar para os peixes nadarem. Nem simplesmente uma entidade que respondia ao sol e à lua controlando as marés. E, como sempre, em seu jeito nada absurdo, ele disse: “Javier, esses são excelentes exemplos de letras de músicas, mas não a realidade”.

Mas Javier não conseguia entender por que seu pai parecia tão perplexo com suas explicações, suas descrições infantis; afinal, as mesmas palavras que o mar lhe sussurrava com frequência eram o que seu pai dizia repetidas vezes: “Tudo no seu tempo”.

Aos cinco anos, ele não tinha certeza se entendia o que aquelas palavras significavam, mas sua mãe havia lhe explicado um dia que tudo se resumia a uma palavra: “Espere”. “Você tem que esperar, Javier.” Ela disse ajoelhando-se para poder olhar em seus olhos sinceros: “Você tem que aprender a ser paciente, para que o mundo venha até você quando estiver pronto. Só Deus sabe quando você está pronto, Javier.

E ele acreditou em Deus. Ele acreditava no amor de Deus por ele, mas por que deveria esperar que o mundo viesse até ele? E se o mundo ficasse ocupado e se esquecesse dele? Ele adorava conversar com o mar. Ele tinha certeza de que Deus poderia ser encontrado em todos os lugares, não apenas na igreja. O Deus em que ele acreditava era muito maior do que isso. Por que um Deus que criou o mundo inteiro e todos nele, todas as estrelas nas galáxias, todos os animais e plantas… por que ele escolheria ficar apenas em prédios de igrejas?

Não, o Deus em que ele acreditava, para quem ele orava, era encontrado com mais frequência no mar. Ele podia ter conversas inteiras com cada onda que batia na praia. Quando achava que seus irmãos não estavam olhando, ele cantava para o mar, exatamente como havia dito a seu pai, liberando seus desejos, desejos e sonhos em música, esperando que o mar os absorvesse de alguma forma e os enviasse para o mundo. Se fosse verdade que ele tinha que esperar que o mundo viesse até ele?… bem, talvez alguns lembretes não fariam mal.

Javi (é assim que ele pensava de si mesmo, um nome curto) viveu sua vida em um palco de sua própria criação. Sua irmã o chamava de sonhador. Quando eles foram autorizados, todos eles adoravam assistir TV e quando foi a vez de Javi escolher? Sempre, sempre, sempre, shows de música pop. Claro, cada um deles queria ser uma estrela pop, o glamour, as roupas bonitas, o dinheiro. Eles conversavam animadamente sobre as grandes casas em que viveriam e os países estrangeiros para os quais viajariam. Escovas de cabelo foram transformadas em microfones, vassouras viraram guitarras, latas vazias viraram tambores. Mas Javi? Ele sempre dizia: “Sou eu. Eu vou estar lá algum dia.” Apontando para a tela. E ele estava falando sério! Mas todos riram. “Você tem apenas cinco anos, Javier! Como você sabe disso? Estaremos lá antes de você,” seus irmãos mais velhos riram.

E talvez o que eles disseram fosse verdade; talvez eles estivessem lá antes dele. Na verdade, ele esperava que sim, embora secretamente ele não achasse que eles teriam a disciplina ou que eles gostariam de fazer o trabalho duro que seria necessário para chegar lá. Mas ele tinha certeza que iria! Mesmo que ele não tivesse certeza de que tipo de disciplina seria necessário ou quão difícil seria esse trabalho duro. Como “tudo no seu tempo”, disciplina e trabalho duro eram as palavras que seu pai usava o tempo todo quando falava sobre ser adulto. Para seus irmãos, ele pensou, a atuação deles era apenas um sonho. Para ele, era uma realidade. Nada nem ninguém o impediria.

Ele praticava todos os dias enquanto seu pai escondia um sorriso orgulhoso. Sua voz ainda era infantil, é claro, mas seu pai havia ensinado e ouvido centenas de vozes cantantes em seu tempo e ele conhecia o talento natural quando o ouvia. Mas ele não disse isso a Javier. Ele pode ser orgulhoso, mas não queria que Javier pegasse seu orgulho, se tornasse egocêntrico ou arrogante. Não, ele continuaria a treiná-lo e empurrá-lo gentilmente, mas com firmeza, quando necessário. Apesar da insistência de Javier de que seu futuro estava em um palco distante, seu pai era cauteloso. Tudo no seu tempo, tudo no seu tempo.

O que ele não gostava era da forma como Javier praticava o que via na TV, não apenas o canto, tentando esticar as cordas vocais até o limite de sua voz de cinco anos, mas também os movimentos. Ele copiava a maneira como o corpo do cantor se movia enquanto balançava e girava com a música, preso em cada nota e letra. Ele até imitava a maneira de seu pai dirigir seu coro, persuadindo seu público de faz de conta a participar, a compartilhar a experiência com ele. Ele parecia tirar sua energia deles, por mais que fossem. Como se Javier e seu público pudessem unir duas metades, tornando-se um todo.

E ele se preocupava com o amor de Javier pela música pop, um amor que ele temia que se tornasse uma obsessão. Ele sempre ouvia educadamente a música clássica e os hinos que seu pai e sua mãe lhes ensinavam, adorando cada nota, cada palavra. Mas em segredo, ele a usava para tecer suas próprias músicas e letras, não compartilhando isso com ninguém, nem mesmo com sua irmã, sua irmã mais próxima e confidente.

Aos olhos de seu pai, a música pop era pura bobagem. Não tinha utilidade. E ele acreditava que isso afastava as pessoas de Deus, da única verdade de que precisavam tão desesperadamente. Mas ele também era sábio o suficiente para saber que se proibisse seus filhos, e especialmente Javier, de ouvi-la, isso só os atrairia cada vez mais para sua decadência, então ele manteve seu próprio conselho.

Os anos se passaram até que um dia Javier finalmente se viu na praia; sozinho pela primeira vez. Mamãe cumpriu sua promessa! Em seu décimo primeiro aniversário, ela o acordou com um beijo de feliz aniversário e disse: “O que você está fazendo ainda na cama? Você não deve deixar o mar esperando!” Ele levou menos de um minuto para jogar as cobertas de volta e pegar as roupas que ele havia colocado na noite anterior.

Normalmente ele estava encarregado de cuidar dos mais novos agora que ele estava quase todo crescido como seus irmãos mais velhos, mas não hoje. Apesar de sua escalada e implorando, ela foi firme: “É o dia especial de Javier e esta é a única coisa que ele queria para seu aniversário. Você pode sair mais tarde quando ele voltar. E antes mesmo que ele estivesse fora da porta, eles já haviam encontrado outra diversão para seus curtos períodos de atenção.

O mar o acolheu enquanto as ondas batiam em seus pés. Ele respirou fundo, sentindo o cheiro do mar salgado e fechando os olhos. Era um dia nublado, mas quente e apenas alguns outros estavam na praia. Ele caminhou até o outro lado da praia, esperando até chegar ao seu destino, uma enorme rocha que fazia parte de uma enseada. Sentado na enseada, ele passou os braços desengonçados em volta dos joelhos e cumprimentou seu melhor amigo pela primeira vez em voz alta e não em sussurros, seu hábito quando seus irmãos estavam por perto.

Ele aprendeu há muito tempo que você sempre cumprimenta a Deus com um agradecimento e ele sabia que tinha muito a agradecer. A gratidão foi instilada nele desde o momento em que ele podia falar uma única palavra. Então, ele agradeceu ao mar por trazê-lo a este marco em sua jovem vida. Mas ele não conseguiu conter sua impaciência, seu desejo de realizar seu desejo de toda a vida.

Então ele murmurou seus pensamentos, suas perguntas, suas orações… nada particularmente novo, mas com uma voz que o mar nunca tinha ouvido antes. Por que ele não podia ser como as estrelas infantis que via na TV? Não que ele quisesse ser ator, mas se isso colocasse o pé na porta para uma carreira de cantor, ele faria quase qualquer coisa para chegar lá. Mas isso não ia acontecer aqui, nesta cidade à beira-mar. Ele tinha que chegar ao CDMX de alguma forma. Mas ele manteve esse pensamento enterrado no fundo porque sabia que todos ririam dele, tolerariam o que eles viam como sonhos infantis que ele certamente superaria. E ainda….

Ele sabia que um de seus irmãos estava morando no CDMX. E ele sabia que estava tentando ganhar a vida como cantor/compositor, embora ninguém tivesse dito isso a ele. Nem mesmo sua irmã, sua confidente mais próxima. Ele ouviu isso em conversas silenciosas entre sua mãe e seu pai. Ele sabia que seus irmãos e irmãs haviam jurado segredo pela maneira como pareciam prender a respiração sempre que o nome de Rodrigo era mencionado. Ele tinha acabado de sair um dia e nunca mais voltou, embora houvesse uma carta ocasional.

Mas Rodrigo tinha 18 anos quando partiu. Ele terminou a escola. Não havia nada e

ninguém para impedi-lo de buscar um futuro onde quer que ele desejasse. Ele foi embora, assim, mas não antes de levar Javier de lado um dia enquanto caminhavam juntos pela praia. “Javi”, o único de seus irmãos que o chamava pelo nome que escolheu para si mesmo, “quero lhe dar algo antes de partir.” Deixar? Por que ele estava indo embora? Mas Javi já sabia a resposta para isso. Onde ele estava indo? Ele achava que sabia a resposta para isso também, mas esperou pacientemente que Rodrigo continuasse.

“Eu quero que você pegue isso”, disse ele enquanto entregava a Javi um pedaço de papel com um endereço e número de telefone rabiscado nele. “Olha, eu sei que você tem apenas nove anos, mas se precisar entrar em contato comigo, pode me encontrar aqui.” ele enfatizou, apontando um dedo para a informação no papel. “Javi… não deixe que eles o mantenham aqui. Siga seus sonhos. Ouça o mar,” Javi quase engasgou. Claro que ele sabia que seus irmãos estavam cientes de sua obsessão pelo mar, mas… ninguém nunca o levou a sério quando ele disse que o mar falava com ele. Sem saber o que dizer, ele permaneceu em silêncio, escondendo o precioso pedaço de papel no bolso até chegar em casa.

E agora ele gritava para o mar com sua voz clara e limpa. “Já está na hora?” Ele riu de sua pergunta. E o mar respondeu com um estrondo de ondas na praia, mas na mente de Javi era o som de aplausos futuros.

Claro, ele sabia a resposta que desejava, mas ficou surpreso quando o mar respondeu: “Está na hora, Javi”. Isso é? ele pensou, mas……”Eu não entendo…” Até ele sabia que não poderia fazer as malas e partir para o CDMX com sua idade, nem mesmo com um irmão para acolhê-lo. Apesar do incentivo do irmão antes de partir, Rodrigo simplesmente o mandava para casa e repetia as palavras que ouvi tantas vezes: “Você é muito jovem, Javier. Ainda não, Javier. E então, é claro, ele teria revelado o lugar secreto onde seu irmão morava. Nenhum deles poderia arriscar isso.

Ele suspirou. Ele começou a questionar o mar novamente, mas foi silenciado, pois o mar começou a lhe contar sobre seu destino pela primeira vez. Era tudo o que Javi tinha imaginado… esperava… e muito mais. Foi assustador também. O mar falava de incerteza, de medo, de momentos em que ele queria desistir.

Mas o mar também o lembrava de seu passado e seu presente. As palavras preparação, determinação, persistência e trabalho… palavras que o mar nunca havia mencionado antes se tornariam um mantra para o jovem Javi. Finalmente, o mar ficou quieto novamente. Quando Javi teve certeza de que o mar estava pronto, ele murmurou um simples obrigado e então se levantou, perseguindo as ondas, alcançando a areia e jogando-a no ar com alegria, seu agradecimento se tornando um grito de gratidão recorrente enquanto corria para casa. Mal podia esperar para registrar o que o mar lhe contara no diário que mantinha bem escondido, enterrado sob roupas e caixas no armário do quarto.

“Está na hora, Javi” e muito mais. Essas três palavras foram tão preciosas quanto as palavras “eu te amo”. E assim o tempo avançou e Javi também… usando os degraus da preparação, determinação, persistência e trabalho ansiando e esperando o dia em que o mar diria novamente: “Está na hora, Javi”.

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PORTUGUES: MUNDO SELVAGEM COM KURT HUMMEL E BLAINE ANDERSON (KLAINE)

CAPÍTULO 5 – DECISÕES, DECISÕES

Uau! JFK estava zumbindo como uma colméia! Blaine pensou enquanto observava enxames de viajantes passarem apressados ​​por ele, mas então era verão. As crianças estavam fora da escola, os pais os levavam em viagens ou escapavam da correria do verão em casa, deixando seus filhos com familiares ou amigos dispostos para um breve descanso.

Ele pegou um táxi do loft para o aeroporto, sozinho, atravessou o tédio de esperar em uma longa fila de check-in e finalmente se acomodou em uma cadeira perto do portão, seu copo de Starbucks na mão. Laine tinha feito planos para encontrá-lo aqui, tendo que participar de alguma reunião de negócios de última hora antes de embarcar neste vôo tão esperado para a Europa.

Blaine estava ansioso por essa viagem, é claro. Não só era algo que ele provavelmente nunca teria feito sozinho, mas em sua jovem vida ele nunca precisou de férias mais do que precisava agora. Desde aquela noite quando ele entrou no apartamento e quase literalmente tropeçou em Kurt e Clay deitados no chão, sua vida parecia… quase como uma meia vida. Ele estava passando pelos movimentos da vida, mas distraído por imagens recorrentes que o olho de sua mente não conseguia desver.

Ele queria esquecer tudo sobre isso, como se isso fosse possível. Ele queria acreditar no que Kurt e Clay lhe contaram mais vezes do que gostaria de contar – que nada tinha acontecido, que nada teria acontecido, que nada jamais aconteceria!

E em algum nível ele acreditava neles… bem, ele acreditava em Kurt de qualquer maneira. Afinal, eles ainda estavam completamente vestidos e depois de toda a confusão com os atendentes do 911 ter sido resolvida (Deus, que pesadelo!), não havia dúvida em sua mente de que Kurt estava bêbado, mesmo sem o evidência das garrafas de vinho e copos vazios para confirmá-lo. Em seus quatro anos juntos, ele só tinha visto Kurt bêbado três vezes.

E outros detalhes de sua história foram facilmente verificados. A cozinha estava arrumada como um alfinete. Sem migalhas de sobra, sem talheres sujos ou pratos na pia ou na máquina de lavar louça. Kurt nunca tinha chegado a fazer aqueles sanduíches… a menos que eles tivessem comido primeiro, limpado, e então começado a esvaziar duas garrafas de vinho em algumas horas.

E Kurt era tão leve quando se tratava de álcool. E ele era um mentiroso horrível. Não houve inquietação reveladora, nenhum rosto cor de carmesim, nenhum desvio de olhos para o chão.

A TV estava tagarelando quando ele entrou pela porta destrancada em seu apartamento, o que mostrava o fato de que eles obviamente estavam assistindo algo na TV e por que eles mentiriam sobre o filme que assistiram? A história era fácil o suficiente para verificar… a menos que eles tivessem usado o recurso de ocultar, o que eles não usaram. Eles assistiram A Escolha Perfeita. Mas e se eles também tivessem assistido pornografia e ocultado os dados sobre isso? Blaine também não acreditava nisso. Isso simplesmente não era Kurt… exceto que Kurt estava bêbado e também não era Kurt. E quem se importava se eles assistiam pornografia de qualquer maneira… eles estavam completamente vestidos quando ele os encontrou, nem um único botão desabotoado, ainda usando meias! Pare! Basta parar com esse pensamento circular! Ele suspirou e folheou o telefone para se distrair.

Kurt se ofereceu para ir ao aeroporto e esperar com ele, mas sabia que diria não, e quem poderia culpá-lo? Ele voltou para casa naquela noite esperando que ele e Kurt pudessem fazer essa viagem juntos. Que ele pudesse finalmente dar o passo mais importante de apresentar Kurt a seu pai. Esta viagem foi quase a única coisa que ele falou nos últimos 2 meses e meio. E Kurt estava dolorosamente ciente de que parte disso era o fato de que ele queria evitar falar não apenas sobre o elefante na sala, mas sobre o elefante que parecia existir em todos os cômodos do loft.

Blaine insistiu que Clay não deveria se mudar. Se nada tivesse acontecido, então não havia razão para ele ir embora. Foi apenas uma daquelas coisas que aconteceram na vida que espero que você possa rir mais tarde, certo? Mas Kurt sabia que Blaine estava sendo excessivamente magnânimo, não apenas tentando convencê-los de que acreditava neles, mas tentando convencer a si mesmo de que o que diziam era verdade.

Clay e Kurt conversaram sobre isso… bem, principalmente mandaram mensagens sobre isso porque tentavam evitar qualquer conversa significativa quando estavam perto de Blaine ou Rachel. E eles concordaram que seria melhor Clay ficar. Se ele saísse, Blaine assumiria a culpa e isso só aumentaria o estado de coisas desconfortável em que se encontravam.

E assim, apesar de seu melhor julgamento, Clay deixou suas malas desfeitas, pelo menos por enquanto. Por um tempo a tensão foi quase insuportável, mas a cada dia que passava parecia diminuir pouco a pouco. Ou talvez isso fosse uma ilusão… mas Clay ficou com a ideia de revisitar sua partida depois que Blaine partiu para sua turnê européia única na vida.

Eles nem esperaram o momento em que eles sabiam que Blaine teria embarcado no avião, embora fosse improvável que acontecesse algo que justificasse um retorno inesperado ao loft. “Nós vamos?” Rachel questionou, assumindo o comando sem sequer ser perguntada como sempre fazia: “O que vamos fazer? Isso — suas mãos gritaram, envolvendo tudo ao seu redor — é quase intolerável! Ainda acho que Clay deveria ter se mudado. Não importa que nada tenha acontecido porque, na verdade, algo aconteceu! Criou esse silêncio e tensão auto-impostos. Acho que esmagamos um milhão de cascas de ovos nesses pisos nos últimos meses.” ela disse, falando figurativamente, é claro.

Clay encolheu os ombros. “Eu sei que Blaine ainda quer que eu fique porque ele me puxou de lado e disse isso, novamente, em termos inequívocos. Ele não é burro! Ele sabia que estaríamos fazendo exatamente o que estamos fazendo agora.”

Kurt permaneceu em silêncio. Ele e Blaine conversaram sobre isso ad nauseum. E apesar do fato de que ele não queria que Kurt fosse nessa viagem com ele, ele ainda o amava. Kurt até tentou devolver o anel de noivado até que o relacionamento deles voltasse a se firmar, mas Blaine se recusou a pegá-lo. “Eu só preciso de um pouco de tempo para pensar nas coisas… sozinho”, ele enfatizou. “Kurt, eu acredito em você… e em Clay. Eu não acho que algo aconteceu ou que você está mentindo ou qualquer outra coisa. Mas eu preciso de um tempo sozinho.”

“Blaine, boa parte do problema seria resolvido se Clay simplesmente se mudasse… para todos nós, até mesmo Clay. Mal podemos ter uma conversa civilizada porque toda vez que tentamos, somos lembrados de nossa própria estupidez. E Rachel está presa no meio de tudo isso. Ele é seu meio-irmão, nós somos seus amigos. Ninguém lhe pediu para escolher um lado e ela não o fez. É pedir demais para todos nós morarmos aqui juntos, a menos que Clay vá embora ou…..” ele não tinha nenhuma ideia para seguir o ou. Mas Blaine não cedeu. “Kurt, por que Clay deveria se dar ao trabalho de superar um erro? Não é como se você tivesse planejado o que aconteceu. Por que não estamos pedindo que você vá embora?” Blaine levantou a mão direita, “Isso foi retórico… mas você entendeu o que estou dizendo?”

E, é claro, Kurt entendia o que ele estava dizendo, mas ambos sabiam que pedir a Kurt para cruzar aquela ponte, e não Clay, criaria um conjunto de circunstâncias ainda mais complicadas… Circunstâncias que nem Blaine nem Kurt estavam prontos ou dispostos a fazer. Rosto.

“Ok, estamos presos aqui um com o outro há mais de dois meses e vocês dois vão voltar para Lima por algumas semanas. Estarei aqui sozinho”. Clay fez uma pausa, esperando que o que ele diria a seguir lhe desse alguma segurança. “Talvez uma pausa seja a resposta certa para todos nós. Acredite em mim, eu vou ter que sair se essa tensão continuar, quer Blaine goste ou não. Então, talvez possamos adiar a discussão até você voltar. Isso nos dará todo o tempo para pensar sem a presença dos outros. Sinceramente, não quero me mexer. Eu gosto de viver com todos vocês, mas nenhum de nós deveria ter que viver assim.”

Eles ficaram em silêncio esperando para ver se mais alguém tinha algo para contribuir e quando ficou claro que ninguém tinha, Clay se levantou e pegou uma Pepsi da geladeira dizendo aos outros dois que ele estaria em seu quarto. Fechando a porta, ele se jogou na cama desarrumada e examinou o quarto, seus olhos lentamente absorvendo o que era dele, sem nenhum desejo de sair pelas ruas de Nova York em busca de uma casa diferente, colegas de quarto diferentes… que dilema !

Mas uma coisa, e talvez a única coisa boa que saiu dessa bagunça foi que ela destruiu qualquer sentimento romântico que ele pudesse ter por Kurt.

Depois daquele desastre de uma noite, todos eles precisavam de um descanso um do outro. Breather era definitivamente um termo apropriado! Parecia que cada molécula de ar tinha sido sugada do loft.

E, é claro, Kurt entendia o que ele estava dizendo, mas ambos sabiam que pedir a Kurt para cruzar aquela ponte, e não Clay, criaria um conjunto de circunstâncias ainda mais complicadas… Circunstâncias que nem Blaine nem Kurt estavam prontos ou dispostos a fazer. Rosto.

“Ok, estamos presos aqui um com o outro há mais de dois meses e vocês dois vão voltar para Lima por algumas semanas. Estarei aqui sozinho”. Clay fez uma pausa, esperando que o que ele diria a seguir lhe desse alguma segurança. “Talvez uma pausa seja a resposta certa para todos nós. Acredite em mim, eu vou ter que sair se essa tensão continuar, quer Blaine goste ou não. Então, talvez possamos adiar a discussão até você voltar. Isso nos dará todo o tempo para pensar sem a presença dos outros. Sinceramente, não quero me mexer. Eu gosto de viver com todos vocês, mas nenhum de nós deveria ter que viver assim.”

Eles ficaram em silêncio esperando para ver se mais alguém tinha algo para contribuir e quando ficou claro que ninguém tinha, Clay se levantou e pegou uma Pepsi da geladeira dizendo aos outros dois que ele estaria em seu quarto. Fechando a porta, ele se jogou na cama desarrumada e examinou o quarto, seus olhos lentamente absorvendo o que era dele, sem nenhum desejo de sair pelas ruas de Nova York em busca de uma casa diferente, colegas de quarto diferentes… que dilema !

Mas uma coisa, e talvez a única coisa boa que saiu dessa bagunça foi que ela destruiu qualquer sentimento romântico que ele pudesse ter por Kurt.

Depois daquele desastre de uma noite, todos eles precisavam de um descanso um do outro. Breather era definitivamente um termo apropriado! Parecia que cada molécula de ar tinha sido sugada do loft.

Ele se apressou a tirar alguns dias de folga do trabalho e voltou a Lima para conversar com Gene, a única pessoa que sabia sobre seus sentimentos por Kurt. Depois de descrever o que havia acontecido, Clay ergueu as mãos e disse: “Que confusão por causa de uma paixão estúpida! Eu não estava apaixonada por ele, eu NÃO estou apaixonada por ele. Na verdade, tenho certeza de que nós dois não estaríamos muito separados se nunca mais nos víssemos.” Gene tinha sido solidário e feliz, na verdade, que pelo menos aquele capítulo na vida de seu filho estava encerrado.

Ele não podia… bem, mais como se ele não pudesse… dizer a seu filho o que fazer sobre seus atuais arranjos de vida. Se Blaine não tivesse sido tão inflexível sobre Clay ficar, o problema teria se resolvido. Talvez houvesse uma boa razão para Clay e os outros estarem vivendo esse período de inquietação entre eles. E por mais que ele quisesse dar sugestões, todos eram adultos. Além disso, Clay não pediu sua opinião. Gene sabia que nesse caso ele era mais uma caixa de ressonância do que qualquer outra coisa.

Rachel suspirou, “Sabe, o lugar já parece um pouco menos tenso sem Blaine aqui… não porque eu não o queira aqui”, ela terminou sua frase apressadamente. “Sim, eu sei,” Kurt podia sentir isso também, e ele certamente o queria aqui. “Talvez todos nós sairmos daqui por um tempo seja a resposta. Deus! Esses últimos meses foram como esperar por um veredicto em um julgamento que já dura muito tempo!”

Ao percorrer seu histórico, ele encontrou algumas mensagens antigas de Kurt que ele não havia apagado. Colocando o telefone no colo, ele inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos. Ele já sentia falta dele, apesar do fato de que seu relacionamento tinha sido tão instável. Verdade seja dita, ele estava sentindo falta dele por 2 meses e meio… sentindo falta deles. Ele nunca quis viver longe de Kurt! E Kurt deixou claro que não iria a lugar nenhum a menos que Blaine quisesse.

Como se em uma repetição instantânea, o olho de sua mente fez uma viagem de volta no tempo para a última vez que eles fizeram amor… a única coisa que parecia mantê-los ancorados no que havia se tornado seu relacionamento tênue… eles adormeceram em cada um. os braços do outro, sabendo que em breve eles estariam se separando, e nenhum dos dois tinha certeza do que isso significava sobre seu futuro. Em algum momento durante a noite, ele acordou e se viu deitado do lado esquerdo, o som suave do choro abafado de Kurt perfurando a escuridão. Ele estava tentando fortemente não ser ouvido, mas isso não impediu Blaine de ouvir sua angústia. Em circunstâncias normais, ele teria se aproximado dele e tentado acalmar o que estava causando as lágrimas, mas ele não conseguiu… ele não fez… mesmo que seu coração e seu corpo implorassem.

E isso tinha sido mais agonizante do que se ele simplesmente colocasse uma mão reconfortante em seu ombro… um simples toque. Foi tão estranho. Eles ainda faziam amor, faziam sexo, mas haviam perdido a capacidade de se conectar em um nível emocional mais profundo. Eles nunca discutiram sobre o que aconteceu naquela noite! Surpreendentemente, Blaine descobriu que não estava com raiva; em vez disso, ele estava entorpecido… e quando ele sentia algo era mais parecido com tristeza ou medo. Eles simplesmente não conseguiam ir além do que os mantinha reféns. Como se muita honestidade pudesse cortar a fragilidade que mal os mantinha juntos.

Ele suspirou enquanto observava seu pai caminhar em direção a ele alheio à miséria de seu filho. Blaine sabia que estava ansioso para se conectar com ele em um nível mais profundo… em um momento em que Blaine se sentia menos capaz de se conectar com qualquer pessoa em qualquer nível. Mas, ele tinha que tentar. Eles passaram muitos anos sem se conectar e ele queria se aproximar dele. Ele esperou toda a sua vida por esta oportunidade. Talvez, reorientar sua energia em Laine o ajudasse a resolver seu relacionamento com Kurt.

Quando Laine se aproximou, ele não pôde deixar de sentir uma sensação de orgulho. Apesar da bagunça que ele e Barb… bem, principalmente ele, ele lembrou a si mesmo, tinha feito de seu casamento e a culpa que ele tinha que arcar por seu fim, de alguma forma contra todas as probabilidades, ele talvez tenha conseguido salvar a única coisa boa que saiu. disso. Ele tinha grandes esperanças para esta viagem, embora tentasse moderar suas expectativas.

Ele queria mostrar a Blaine todos os lugares que ele nunca tinha visto na Europa, não porque ele não estivesse lá, mas porque ele sempre esteve lá a negócios. O que ele viu de cidades como Paris e Londres ou países como a Itália foi principalmente através das janelas dos táxis ou ao longo das calçadas de e para o hotel para as salas de reuniões e escritórios de seus clientes no exterior.

E ele nunca tinha se afastado tanto do trabalho! Quase dois meses. Seus chefes ficaram realmente felizes quando ele contou a eles, sabendo que quando Laine estava trabalhando, ele dava quase 200%. Eles dariam um jeito, disseram a ele, mas só para que ele não se sentisse muito dispensável, seu chefe acrescentou que ele deveria esperar dar 250% quando voltasse, rindo.

Ele ainda estava refletindo sobre a ideia de que não o deixaria em paz e, com toda a honestidade, poderia ter motivado em parte essas férias atípicas, embora ele não quisesse admitir isso. Ele estava cansado de esconder quem ele era de Blaine… e sim, ele finalmente aceitou que não era o que ele era, mas quem. A bissexualidade não era algo que ele poderia simplesmente descartar mais do que Blaine poderia descartar sendo gay. Não era como se pudesse ser removido cirurgicamente. Claro, ele poderia continuar a escondê-lo, mas ele estava tão cansado de carregar o fardo sozinho. Talvez suas identidades sexuais fossem algo que eles realmente pudessem se relacionar… talvez.

Ele havia discutido isso com Barb, mas ela lhe disse que não o deixaria escapar dizendo o que fazer. Ela nunca pensou que veria o dia em que ele e Blaine realmente tivessem um relacionamento de qualquer tipo. Ela assumiu que quando ela insistiu que ele contasse a Blaine seu segredo depois que Blaine se formou na faculdade que ele iria esperar até o último segundo possível. No que lhe dizia respeito, quanto mais cedo melhor.

E por que quanto mais cedo melhor? Felizmente, seu segredo sobre a ascendência de Blaine ainda estava em sua própria versão da caixa de Pandora; às vezes até parecia um segredo dela mesma. Às vezes ela esquecia que Laine não era o pai biológico de Blaine. Mas então algo a lembraria, um pai no parque brincando com seu filho, Blaine referindo-se a Laine como “meu pai”, em vez de apenas pai, uma mulher parando seu carrinho enquanto até estranhos se reuniam para dar uma olhada na fofura envolto em cobertores que estavam dentro. E naqueles momentos ficou claro mais uma vez por que ela queria que eles acreditassem que eram realmente pai e filho… talvez com um começo horrível para o relacionamento deles, mas pai e filho mesmo assim.

Ela não tinha ideia de quem era o pai biológico de Blaine; ele era apenas um número, mas um que ela memorizara querendo ou não. Quando decidiu conceber Blaine por fertilização in vitro por meio de um doador de esperma, ela não contava com a marcha progressiva da ciência em torno do DNA para se tornar tão sofisticada. Ela pensou que Blaine e Laine provavelmente poderiam passar por suas vidas sem ter seu DNA testado. E então patrimônios como Ancestry e 23AndMe começaram a aparecer como cogumelos e tudo o que ela podia fazer era torcer para que nenhum deles se aproveitasse deles ou mesmo se interessasse.

Seu raciocínio era que, se desenvolvessem um bom relacionamento, não se importariam se e quando descobrissem que não eram parentes de sangue. Ela sabia que era um raciocínio falho, mas não conseguia pensar em outra maneira de viver com seu segredo. Blaine merecia um pai, uma pessoa que fosse um pai de verdade, alguém investido em sua vida e Laine estava finalmente dando um passo à frente. E novamente, o pai misterioso era apenas um número, certo?

Claro que ela não era ignorante sobre os novos desenvolvimentos na doação de esperma e as maneiras pelas quais as pessoas podiam encontrar as informações que procuravam. O doador de Blaine optou por permanecer anônimo e era exatamente isso que Barb queria. Mas, isso foi há quase 20 anos. Ela sabia que agora, se uma pessoa realmente quisesse essa informação, provavelmente poderia obtê-la se estivesse determinada a encontrá-la.

Não! Por mais difícil que fosse, ela manteria seu segredo e se chegasse o dia em que ela tivesse que se explicar… bem, ela esperava estar preparada. Mas esse era o futuro. O presente era Blaine e Laine passando dois meses juntos. Isso em si era algum tipo de milagre! Laine estava depositando muita esperança nessa viagem e Barb também, mas só ela sabia disso. Ela não ficaria no caminho de Blaine finalmente ter um pai acessível.

Apesar de tudo o que aconteceu, Clay estava ansioso para ter o loft só para ele enquanto Rachel e Kurt estivessem em Lima. Ele nunca contou a Kurt ou Rachel e certamente não a Blaine sobre os sentimentos que tinha por Kurt. E agora ele estava aliviado por ter conseguido manter isso em segredo.

Apesar de estar engessado naquela noite, ele se lembrava muito claramente. Claro que ele não conseguia se lembrar dos incidentes como o nome do filme ou mesmo assistir ao filme em si. Tudo em que ele conseguia pensar era no fato de estar deitado no chão ao lado de Kurt debaixo de um cobertor – o mais próximo que ele já esteve do corpo de Kurt.

Ele se lembrou do cheiro persistente de sua colônia, suas risadas bobas sobre a menor coisa… mas principalmente a sensação de seu corpo, mesmo completamente vestido, tão quente e muito acessível. Ele teve que lutar com tudo o que tinha para não alcançá-lo e tocá-lo e em um ponto Kurt realmente estendeu a mão e tocou Clay! Ele fez isso em referência a algo que fazia parte do filme e depois deixou a mão descansando nas costas. Com determinação, Clay voltou sua atenção para o filme agora esquecido, mal respirando. Meio esperando que a mão de Kurt permanecesse em suas costas ou melhor ainda esquecesse quem ele estava tocando e, ele ousa esperar? fazer um passe.

Mas a próxima coisa que ele percebeu foi dar uma espiada em Kurt e seus olhos estavam fechados, parecendo estar dormindo. Lentamente, ele rolou de lado para que pudesse observá-lo… observá-lo pela primeira vez… em particular. Quando teve certeza de que Kurt estava realmente dormindo e não apenas descansando os olhos, ele se atreveu a colocar a palma da mão suada na cintura de Kurt.

Prendendo a respiração, ele esperou que Kurt retirasse a mão do braço de Clay… o calor parecia mais um fogo em sua pele. Seus olhos pousaram no rosto em forma de coração de Kurt. Ele estava além de bonito… aquela pele de porcelana de aparência frágil, aqueles lábios que ele desejava beijar por tanto tempo e se fosse possível, sem seus olhos cativantes abertos, ele parecia mais sábio do que seus anos. E essa foi uma das coisas que o atraíram para Kurt. Sua sabedoria, sua capacidade de ouvir e ver além do superficial.

Ele sorriu para si mesmo e sussurrou tão baixo que mal conseguiu se ouvir: “Kurt, sei que você nunca gostaria de ouvir isso, mas acho que estou apaixonado por você.” Mesmo assim Clay temia reconhecer algo que poderia não ser verdade, mas caramba! Na época parecia verdade! Graças a Deus, Kurt nunca o ouvira dizer isso!

E ainda mais, ele estava feliz que Kurt nunca saberia que ele deslizou a mão abaixo da cintura de Kurt e a colocou bem sobre seu pênis vestido, ainda prendendo a respiração. Quando Kurt não se mexeu, ele fechou os próprios olhos, sua mão permanecendo onde estava.

Sua mente meio bêbada vagava por todas as fantasias que ele tinha sobre ele e Kurt. Apenas os dois e não como companheiros de quarto, mas como um casal. Às vezes eles estavam na cama em algum lugar que não fosse o loft – um quarto de hotel chique, seu quarto em casa sem mais ninguém por perto – quem sabia onde eles estavam e quem se importava? – uma cabana na floresta com um fogo crepitando na lareira. Ou os imaginava em uma enseada escondida em uma praia de areia branca, seminus, escondidos dos turistas que passavam, tentando não rir muito, se tocando, talvez pela primeira vez…

Às vezes, sua mente queria lançar uma terceira pessoa porque em suas fantasias eles não eram um casal monogâmico. Ele gostava da ideia de assistir Kurt com outra pessoa ou Kurt o observando com outra pessoa. Ou alguém os observando? A ideia de um trio, ele gostou muito! Mas se fosse apenas ele e Kurt, tudo bem também. Ele poderia se adaptar a ser monogâmico, ele assegurou a si mesmo.

E então seus pensamentos o trouxeram de volta ao presente, mas ele não queria abrir os olhos. Sua mão ainda descansava no zíper sobre o pênis de Kurt, e inconscientemente ele percebeu que estava traçando o contorno sob seu jeans. Ele se aproximou até que seus corpos estavam tão perto de se tocar quanto ele ousou. Ele sabia que se Kurt acordasse, ficaria mortificado, talvez até com raiva, mas, Clay raciocinou, ele sempre poderia mentir e dizer que tinha adormecido e estava sonhando com Angelo. Ele só queria estar perto dele, sentir o calor de sua respiração enquanto acariciava seu rosto.

Como ele queria beijar seus lábios, deslizar suavemente os dedos sobre seu rosto e para baixo ao longo de seu corpo, obedecendo seus gemidos descontrolados enquanto Clay satisfazia sua fome. Em suas fantasias, Kurt sempre o queria tanto quanto ele queria Kurt. Ele imaginou Kurt apressadamente ajudando-o a desabotoar sua camisa, abrindo o zíper de sua calça enquanto Clay trabalhava para afrouxar o botão de sua calça jeans… era a primeira vez. O beijo que eles começaram só se intensificou quando eles se despojaram de suas roupas.

Clay sabia que deveria apenas se levantar e ir para a cama… sozinho!… antes que ele se tornasse um completo idiota, arriscando que Kurt não acordasse para encontrar sua mão pressionada com mais firmeza sobre seu pênis, sua respiração irregular, seus lábios a poucos centímetros dos de Kurt. Mas esta pode ser a única chance que ele tinha de estar tão perto… tão perto do objeto de seu desejo.

Ele desejou que seus olhos se fechassem novamente, respirou lenta e profundamente e removeu sua mão errante, apertando-a ao seu lado. Ele mal sussurrou palavras doces, dizendo a Kurt o quão bonito ele era, dizendo coisas como: “Se estivéssemos juntos…” isso ou aquilo aconteceria (tudo bem, é claro). E então, ele beijou seu dedo indicador e o colocou levemente na bochecha de Kurt, forçando-se a voltar para onde estava antes.

O Clay racional, aquele que normalmente governava suas palavras e ações, não parava de lhe dizer que ele deveria se levantar e ir para a cama, deixar Kurt em seu sono sem saber o que tinha acabado de acontecer.

Mas, seu cérebro estava nublado pelo vinho, seu coração estava doendo e a parte dele que falava apenas das tentações que ele desejava satisfazer o lembrou novamente que esta pode ser sua única chance de deitar ao lado de Kurt muito menos na cama ou em um praia ou qualquer outro lugar.

Depois de ficar deitado ali pelo que pareceu uma eternidade apenas observando Kurt dormir, ele fechou os olhos novamente e rolou de costas para ele. Ele estava cansado, muito cansado de lutar contra seus sentimentos por Kurt. Sentimentos que ele entendia no fundo provavelmente não eram amor. Ele sabia que provavelmente eram o tipo de amor que uma pessoa imaginava quando estava se recuperando de um relacionamento rompido.

Era mais do que provavelmente um amor mal colocado. Ele queria um relacionamento novamente. Ele queria voltar para casa para alguém que estivesse feliz em vê-lo. Alguém com quem ele pudesse conversar e rir. Alguém que amava sua companhia e sentia falta dele quando estavam separados. Ele queria alguém para adormecer e alguém para acordar. E mesmo que a maioria das pessoas provavelmente não visse um casal em um relacionamento aberto como um “casal médio”, ele e Angelo eram tudo o que ele desejava.

A certa altura, Kurt quase cancelou sua viagem a Lima. Sim, ele precisava sair de Nova York, sair deste apartamento com suas memórias. Ele odiava dormir sozinho, chegar em casa sem um Blaine sorridente, ansioso para ouvir sobre seu dia e compartilhar o seu. Mal se passou um momento sem que ele imaginasse Blaine onde quer que ele estivesse naquele momento se as coisas tivessem sido diferentes… se aquela noite nunca tivesse acontecido. E então ele seria lembrado disso!

E, no entanto, Lima forneceu suas próprias memórias dele e de Blaine. Dificilmente havia um lugar para onde ele pudesse ir onde um lembrete muitas vezes vívido não permanecesse. E especialmente em sua própria casa… a casa em que ele cresceu… mas ele teve que fugir de Nova York! Todos os três estavam indo em direções diferentes por um motivo. Claro, Clay poderia ter voltado para Lima também. Ele poderia ter ficado com Gene, mas sua casa era Nova York, ainda mais do que Kurt e Rachel. Para Kurt, Nova York era apenas um lugar para morar enquanto se preparava para outro destino. E Rachel também era uma estudante. Claro, ela disse que seus interesses estavam na Broadway, mas isso pode mudar. Para Clay, Nova York era onde ele se sentia mais em casa. Ele adorava seu zumbido constante de vidas vividas em um ritmo que mais parecia uma corrida. Isso o motivou. E a ideia era passar um tempo sozinhos em um esforço para tomar uma decisão importante sobre seu futuro como colegas de quarto, até mesmo como amigos.

Burt entregou-lhe uma xícara de café fumegante, um creme, dois açúcares e se acomodou para uma conversa. Kurt não tinha falado muito desde que voltou para casa. Ele estava bastante deprimido, mas passou a maior parte de seu tempo no Breadsticks com membros do Glee Club que decidiram ficar em Lima ou também estavam visitando durante o verão. Ele estava até ajudando o Sr. Schue a planejar alguns workshops de verão.

E Burt não o havia pressionado. Ele já conhecia a história do que tinha acontecido, ou ele adivinhou, não tinha acontecido entre Kurt e Clay, mas tinha causado quase tanto dano como se tivesse acontecido. Ele observou silenciosamente enquanto Kurt evitava a varanda dos fundos a todo custo, ao que parece. Por mais que quisesse confortá-lo, dizer-lhe que tudo ficaria bem, ele sabia que não podia. Por um lado, ele não sabia que tudo ficaria bem e Kurt não era mais um menino. Então, por mais difícil que fosse, ele esperou que Kurt viesse até ele.

Carole havia retornado a Michigan para visitar a família no fim de semana. Eles planejavam uma reunião há um ano, esperando que, se planejassem com antecedência, mais pessoas pudessem comparecer. E já que Kurt estava em casa, ela disse a Burt que ele não precisava vir. Ela também sabia sobre o último problema de Kurt e achou que isso poderia dar a eles tempo a sós para conversar… se era isso que Kurt queria que Burt a lembrasse.

E então, aqui estavam eles, Kurt sorrindo para seu pai enquanto lhe entregava o café, e então olhando de volta para a mesa, suspirando. Por um tempo eles ficaram em silêncio. “Hum, eu nunca te disse isso, mas Blaine me pediu em casamento.” Burt ficou surpreso para dizer o mínimo! Claro que ele sabia que isso provavelmente iria acontecer algum dia…

“E o que você falou?” Burt se aventurou. Kurt limpou a garganta, envolvendo as mãos ao redor da caneca de café como se precisasse do calor extra para continuar. “Eu disse a ele que aceitaria o anel, mas que deveríamos esperar até chegarmos à Califórnia… ou onde quer que acabássemos depois da faculdade… e agora parece que podemos estar acabando em lugar nenhum…” ele parou porque continuar poderia trazer as lágrimas que ele estava tentando segurar.

“Ele te deu um anel?” perguntou Burt. Uau! Isso era sério. “Sim… pai, é lindo e ele disse que quando viu, era tão eu… e é.” Ele parou, respirando fundo e limpando a garganta novamente. “Está em um cofre em Nova York. Eu prometi a ele que assim que ele se formasse teríamos uma grande festa de noivado… e agora? Eu me ofereci para devolvê-lo, mas ele queria que eu ficasse com ele.” “Bem, isso é um bom sinal, não é?”

“Pai, eu não sei mais o que é um bom sinal! E ele diz que acredita em mim… e em Clay… que nada aconteceu… mas… eu continuo me perguntando o que eu pensaria ou faria se eu fosse Blaine. Mesmo que nada tenha acontecido… e não aconteceu…!” Kurt enfatizou: “Eu me coloco em uma posição em que algo poderia ter acontecido!” Quando Kurt ergueu os olhos, Burt pôde ver a confusão e a incerteza refletidas nele.

“Kurt, você… e Clay… cometeram um erro. E o fato de você e Blaine ainda estarem juntos em algum nível me diz que Blaine está trabalhando para perdoá-lo. Vocês dois estão juntos há cinco anos e esta é a primeira vez que algo assim acontece, certo?” Burt esperou; essa não era uma pergunta retórica.

“Sim… quero dizer, até onde eu sei. Tirando o ano que passamos separados quando ele ainda estava na escola aqui, estamos juntos praticamente o tempo todo e eu gosto assim! E tecnicamente estamos noivos, embora ninguém além de você saiba. E ele não queria o anel de volta. Na verdade, ele foi inflexível sobre isso! Então, isso me diz que ele não quer… Kurt não conseguia parar as lágrimas e Burt se levantou da cadeira, pegando Kurt em seus braços sabendo que não havia palavras que pudessem tirar a dor.

Blaine tinha acordado cedo e o vôo deles era longo, embora fosse sem escalas. Ele se acomodou no assento da janela. Seu pai disse que já tinha visto céu mais do que suficiente de uma janela de avião em sua vida. Ele fechou os olhos depois de dizer a Laine que ia tentar tirar uma soneca e Laine prometeu a si mesmo que estava deixando o trabalho para trás. E para ter certeza disso, ele não trouxe sua pasta e não trouxe seu laptop de trabalho. Ele pegou os fones de ouvido que raramente usava e os colocou nos ouvidos sucumbindo à música enquanto fechava os olhos também.

A tentativa de Blaine de dormir não estava funcionando. Seu coração se partiu em dois. Sim, ele pretendia que esta viagem o ajudasse a resolver o relacionamento dele e de Kurt. O que ele acreditava e o que ele não acreditava. Como ele queria seguir em frente… e ele… eles, ele queria tanto que fossem eles… porque seguir em frente era sua única escolha, não importava a que conclusões eles chegassem durante esse tempo separados. Ele amava tanto Kurt e mesmo naquela noite em que teve certeza de que o fim de sua vida estava ali no chão do loft, ele nunca duvidou do amor de Kurt por ele.

Mas havia uma razão pela qual ele não queria que Clay se mudasse. Uma razão pela qual ele havia feito todos eles passarem pela miséria dos últimos meses. E ele sabia que se não fosse por ele e seu suposto desejo magnânimo de não mandar Clay embora, ele teria partido por conta própria.

Mas, não tinha nada a ver com ele ser magnânimo. Na verdade, tinha mais a ver com ser egoísta. Ele não suportava a ideia de perder Kurt e, se estivesse sendo honesto, pelo menos consigo mesmo, havia perdoado Kurt há muito tempo.

Ele vivia em um relacionamento de amor e ódio consigo mesmo há algum tempo, mas conseguiu evitar que isso interferisse em sua vida, nunca se permitindo cavar muito fundo e trazê-lo à luz do dia. Até aquela noite… quando se soltou novamente. Havia mais de uma razão pela qual ele e Kurt não conseguiam passar pelo bloqueio que aquela noite havia colocado entre eles.

E esta viagem? Era mais sobre ele do que Kurt. Esta viagem e as decisões que ele tomava fariam ou quebrariam seu relacionamento. A ideia de viver sua vida sem Kurt era insuportável, mas viver sua vida consigo mesmo, sabendo o que sabia? Ele sabia a resposta. Ele sabia o que tinha que ser feito. Ele sempre soube. Mas ninguém mais o fez e, por mais difícil que fosse aceitar, isso tinha que mudar.

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SEA SONG – CHAPTER 1 – EVERYTHING IN ITS TIME

CHAPTER 1 – EVERYTHING IN ITS TIME

He was just a little boy with eyes the color of coffee, five going on six, but that’s not how he felt inside where no one could see….only he knew the truths about himself….the truths that were bound together where his heart met his soul…..and the sea that had existed since time immemorial…..the sea knew.

He’d been mesmerized by the sea for as far back as his young mind could remember. He could spend hours walking the shore, absent mindedly gathering sea shells, while his mind attempted to find new words to describe what he saw. He’d named the variety of colors, while handing his spiral-bound notebook to his sister. She’d smile as she played her part in their now familiar game, spelling out the descriptive words, then handing the cheap notebook back to him. And reaching for his big box of crayons, she’d help him match the colors with the words.

He could tell anyone who asked how the sea smelled, sometimes salty or fishy….or after it rained? The air was fresh, like the scent of their home after a thorough spring cleaning.

“Come on, Javier!” his brothers would plead, coaxing him to build sand castles or play tag or join in a game of hide and seek. But he’d just flash his enigmatic smile, and with resolve plop down on the sand, waiting for them to stop their begging. After years of trying, they gave up fairly quickly. And besides, there were so many of them he knew they didn’t really care if he joined in their games. They just wanted to make it easier to keep an eye on him.

As grown up as he thought he was, mama and papa would never allow him to play on the beach alone. “Javier,” his mama would say, “you’re too little; you can barely swim. Someday, I promise, someday…” But he knew someday was years in the future. Jose had been 11 before he’d ever set foot on the sandy beach by himself and he was now the oldest at 14. And his mama didn’t understand why the sea fascinated him so, shaking her head when he called it his best friend. Such a whimsical child! she thought. And children often had imaginary friends so why not the sea? she supposed, reminding herself that he’d outgrow it soon enough.

Papa had always been puzzled by Javier, even more so than his patient wife. The boy referred to himself as Javi, but his father wasn’t at all fond of nicknames. They’d carefully chosen names for all of their children and, except for Javier, they’d all accepted those names without question. But for Javier? It seemed he possessed the need to set himself apart from his siblings, not because he thought he was better than they were – if anything he had a sense of humility, a sense of self-knowledge…..but he was only five years old! Surely he was imagining those desirable traits, his father thought, brushing the fanciful notion aside like a handful of fairy dust, a nice idea but better left in the realm of fantasy.

However, he wasn’t imagining Javier’s love of music. If he could sing it rather than say it, he would. All of his children were in the choir at church at least for the time being. He was the choir director and music was akin to breathing for him. On this single thing, he and Javier were of one mind. Even if his children left music behind in adulthood no one could say that he had failed to instill the importance of it in one’s life.

He could remember the many times Javier had tried to explain to him how the sea was alive. How when he stood on the beach and sang, the endless expanse of water would harmonize with him. For Javier, it wasn’t just water splashing against the shore. It wasn’t just a place for the fish to swim. Nor simply an entity that responded to the sun and moon controlling the tides. And as usual, in his no nonsense way, he’d said, “Javier, those are excellent examples of song lyrics, but not reality.”

But Javier couldn’t grasp why his father seemed so perplexed by his explanations, his childlike descriptions; after all, the very words that the sea often whispered to him were what his father said time and time again, “Everything in its time.”

At five, he wasn’t sure he understood what those words meant, but his mama had explained to him one day that it all boiled down to one word, “Wait.” “You have to wait, Javier.” She said kneeling down so she could look into his earnest eyes, “You have to learn to be patient, for the world to come to you when you’re ready. Only God knows when you’re ready, Javier.”

And he believed in God. He believed in God’s love for him, but why should he wait for the world to come to him? What if the world got busy and forgot about him? He loved conversing with the sea. He was sure that God could be found everywhere, not just in church. The God he believed in was much bigger than that. Why would a God who created the whole world and everyone in it, all the stars in the galaxies, every single animal and plant…why would he choose to hang around only in church buildings?

No, the God he believed in, that he prayed to was found most often in the sea. He could have whole conversations with each wave that crashed against the shore. When he thought his brothers weren’t watching he’d sing to the sea, just like he’d told his papa, releasing his desires, wishes and dreams in song, hoping that the sea would somehow absorb them, and send them out into the world. If it was true that he had to wait for the world to come to him?…..well, maybe a few reminders wouldn’t hurt.

Javi (that’s how he thought of himself, one short name) lived his life on a stage of his own creation. His sister called him a daydreamer. When they were allowed, they all loved to watch TV and when it was Javi’s turn to choose? Always, always, always, pop music shows. Of course, every one of them wanted to be a pop star, the glamour, the pretty clothes, the money. They’d excitedly talk over each other about the big houses they’d live in and the foreign countries they’d travel to. Hair brushes were transformed into microphones, brooms would become guitars, empty cans would become drums. But Javi? He’d always say, “That’s me. I’m going to be right there someday.” Pointing at the screen. And he was serious! But they all chuckled. “You’re only five, Javier! How do you know that? We’ll be there before you will,” his older brothers laughed.

And maybe what they said was true; maybe they would be there before him. In fact, he hoped they might be, although secretly he didn’t think they’d have the discipline or that they’d want to do the hard work it would take to get there. But he was sure he would! Even though he wasn’t exactly sure what kind of discipline it would take or how hard that hard work would be. Like “everything in its time,” discipline and hard work were the words his papa used all the time when talking about being a grownup. For his brothers, he thought, their play acting was just a dream. For him, it was a reality. Nothing and no one would stop him.

He practiced every day as his papa hid a proud smile. His voice was still childlike, of course, but his papa had taught and listened to hundreds of singing voices in his time and he knew natural talent when he heard it. But he didn’t tell Javier that. He may be proud, but he didn’t want Javier to catch his pride, to become self-centered or arrogant. No, he would continue to train him and gently but firmly push him, when necessary. Despite Javier’s insistence that his future lay on a faraway stage, his papa was circumspect. Everything in its time, everything in its time.

What he didn’t like was the way Javier would practice what he saw on TV, not just the singing, trying to stretch his vocal cords to the limit of his five-year-old voice, but the movements as well. He’d copy the way the singer’s body moved as it swayed and gyrated to the music, caught up in every note and lyric. He’d even mimic his father’s way of directing his choir, coaxing his make believe audience to join in, to share the experience with him. He seemed to draw his energy from them, make believe though they were. As if Javier and his audience could mesh two halves, becoming one whole.

And he worried about Javier’s love of pop music, a love that he was afraid would grow into an obsession. He always listened politely to the classical music and hymns his papa and mama taught them, loving every note, every word. But in secret, he used it to weave his own songs and lyrics, not sharing that with anyone, not even his sister, his closest sibling and confidante.

In his father’s eyes, pop music was pure fluff. It had no use. And he believed it drew people away from God, away from the one truth they so desperately needed. But he was also wise enough to know that if he forbade his children, and especially Javier, from listening to it it would only draw them more and more to its decadence, so he kept his own counsel.

The years passed until one day Javier finally found himself on the beach; alone for the first time. Mama had kept her promise! On his eleventh birthday she woke him with a happy birthday kiss, then said, “What are you doing still in bed? You mustn’t keep the sea waiting!” It took him less than a minute to throw the covers back and grab the clothes he’d laid out the night before.

Usually he was in charge of watching the younger ones now that he was almost all grown up like his older brothers, but not today. Despite their clambering and begging, she was firm, “It’s Javier’s special day and this is the only thing he wanted for his birthday. You can go out later when he returns.” And before he was even out the door, they’d already found another diversion for their short attention spans.

The sea welcomed him as the waves splashed over his toes. He took a deep breath drawing in the salt sea smell and closing his eyes. It was a cloudy, but warm day and only a few others were on the beach. He ambled to the far end of the beach, waiting until he got to his destination, a huge rock that was part of a cove. Sitting down in the cove, he wrapped his gangly arms around his knees and greeted his best friend for the first time out loud and not in whispers, his habit when his brothers were around.

He’d learned long ago that you always greeted God with a thank you and he knew he had much to be grateful for. Gratitude had been instilled in him from the moment he could speak a single word. So, he thanked the sea for bringing him to this milestone in his young life. But he couldn’t hold back his impatience, his desire to make his lifelong wish come true.

So he murmured his thoughts, his questions, his prayers….nothing particularly new, but in a voice the sea had never heard before. Why couldn’t he be like the child stars he saw on TV? Not that he wanted to be an actor, but if it got his foot in the door to a career in singing he’d do almost anything to get there. But that wasn’t going to happen here, in this city by the sea. He had to get to CDMX somehow. But he kept this thoughts buried deep inside because he knew everyone would laugh at him, would tolerate what they saw as childish dreams that he would surely outgrow. And yet….

He knew one of his brothers was living in CDMX. And he knew he was trying to make a living as a singer/songwriter, although no one had actually told him this. Not even his sister, his closest confidante. He’d heard it in muted conversations between his mama and papa. He knew that his brothers and sisters had been sworn to secrecy by the way they seemed to hold their breath any time Rodrigo’s name was mentioned. He’d just left one day and never returned, although there was the occasional letter.

But Rodrigo had been 18 when he left. He’d finished school. There was nothing and no one to stop him from seeking a future wherever he desired. He’d left, just like that, but not before he’d taken Javier aside one day as they walked the beach together. “Javi,” the only one of his brothers who called him by the name he’d chosen for himself, “I want to give you something before I leave.” Leave? Why was he leaving? But Javi already knew the answer to that. Where was he going? He thought he knew the answer to that, too, but waited patiently for Rodrigo to continue.

“I want you to take this,” he said as he handed Javi a piece of paper with an address and phone number scribbled on it. “Look, I know you’re only nine, but if you ever need to get in touch with me, you can find me here.” he emphasized, jabbing a finger at the information on the paper. “Javi….don’t let them keep you here. Follow your dreams. Listen to the sea,” Javi almost gasped. Of course he knew that his siblings were aware of his obsession with the sea, but…no one had ever taken him seriously when he said the sea spoke to him. Not knowing what to say, he remained silent, hiding the precious piece of paper in a pocket until he got home.

And now he cried out to the sea in his clear, clean voice. “Is it time yet?” He giggled at his question. And the sea replied with a crash of waves to the shore, but in Javi’s mind it was the sound of future applause.

Of course, he knew the answer he longed for, but was surprised when the sea replied, “It’s time, Javi.” It is? he thought, but……”I don’t understand….” Even he knew that he couldn’t pack his bags and leave for CDMX at his age, not even with a brother to take him in. Despite his brother’s encouragement before he left, Rodrigo would just send him home and repeat the words he’d heard so many times, “You’re too young, Javier. Not yet, Javier.” And then of course he would have revealed the secret place where his brother was living. Neither of them could risk that.

He sighed. He started to question the sea again, but was shushed, as the sea proceeded to tell him of his destiny for the first time. It was everything that Javi had imagined….hoped for….and more. It was scary, too. The sea spoke of uncertainty, of fear, of times when he’d want to give up.

But the sea also reminded him of his past and his present. The words preparation, determination, persistence and work……words the sea had never mentioned before would become a mantra for young Javi. Finally, the sea was quiet again. When Javi was sure the sea was done, he murmured a simple thank you and then stood, chasing the waves, reaching for the sand and tossing it into the air with joy, his thank you becoming a shout of recurrent gratitude as he ran home. He couldn’t wait to record what the sea had told him in the journal he kept well hidden, buried under clothes and boxes in a bedroom closet.

“It’s time, Javi,” and more. Those three words were as precious as the words, “I love you.” And so time moved forward and so did Javi….using the stepping stones of preparation, determination, persistence and work longing and waiting for the day when the sea would again say, “It’s time, Javi.”

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CHAPTER 5 – DECISIONS, DECISIONS

Wow! JFK was buzzing like a beehive! Blaine thought as he watched swarms of travelers hustle by him, but then it was summertime. Kids were out of school, parents were either taking them on trips or making an escape from the busyness of summer at home, leaving their kids with willing family or friends for a brief respite of their own.

He’d taken a taxi from the loft to the airport, alone, made his way through the tedium of waiting in a long check-in line and finally settled in a chair near the gate, his cup of Starbucks in hand. Laine had made plans to meet him here, having to attend some last-minute business meeting before they boarded this long-awaited flight to Europe.

Blaine was looking forward to this trip, of course. Not only was it something he probably would never have done on his own, but in his young life he’d never needed a vacation more than he needed one now. Ever since that night when he’d walked into the apartment and had almost literally tripped over Kurt and Clay laying on the floor, his life had felt….almost like a half life. He’d been going through the motions of living, but distracted by recurring images that his mind’s eye couldn’t unsee.

He wanted to forget all about it, like that was even possible. He wanted to believe what Kurt and Clay had told him more times than he cared to count – that nothing had happened, that nothing would have happened, that nothing would ever happen!

And on some level he did believe them…well, he believed Kurt anyway. After all, they’d still been fully clothed and after all the hubbub with the 911 responders had been sorted out (god, what a nightmare that had been!) there was no doubt in his mind that Kurt had been drunk, even without the evidence of the empty wine bottles and glasses to confirm it. In their four years together, he’d only seen Kurt drunk three times.

And other particulars of their story were easily verified. The kitchen had been neat as a pin. No leftover crumbs, no unwashed silverware or dishes in the sink or in the dishwasher. Kurt had never gotten around to making those sandwiches…unless they’d eaten first, cleaned up, and then proceeded to empty two bottles of wine in as many hours.

And Kurt was such a lightweight when it came to alcohol. And he was a horrible liar. There’d been no telltale fidgeting, no crimson-colored face, no shifting his eyes to the floor.

The TV had been blathering away when he’d walked through the unlocked door into their apartment which spoke to the fact that they’d obviously been watching something on TV and why would they lie about what movie they watched? The history was easy enough to check…..unless they’d used the hide feature, which they hadn’t. They had watched Pitch Perfect. But what if they’d watched porn too and hid the data on that? Blaine didn’t really believe that either. That just wasn’t Kurt…except Kurt had been drunk and that wasn’t Kurt either. And who cared if they’d watched porn anyway….they’d been fully clothed when he found them, not a single button undone, still wearing socks! Stop! Just stop this circular thinking! He sighed and flipped through his phone to distract himself.

Kurt had offered to go to the airport and wait with him, but he knew he’d say no, and who could blame him? He’d come home that night hoping that he and Kurt could make this trip together. That he could finally take the all-important step of introducing Kurt to his dad. This trip was almost the only thing he’d talked about for the past 2-1/2 months. And Kurt was painfully aware that part of that was the fact that he wanted to avoid talking about not just the elephant in the room, but the elephant that seemed to exist in every room of their loft.

Blaine had insisted that Clay shouldn’t move out. If nothing had happened then there was no reason for him to leave. It was just one of those things that happened in life that hopefully you could laugh about later, right? But Kurt knew that Blaine was being overly magnanimous, not only trying to convince them that he believed them, but trying to convince himself that what they said was true.

Clay and Kurt had talked about it….well, mostly texted about it because they tried to avoid any meaningful conversation when they were around Blaine or Rachel. And they’d agreed that it would be best for Clay to stay. If he left, Blaine would shoulder the blame and that would just add to the uneasy state of affairs they found themselves in.

And so, despite his better judgment, Clay had left his bags unpacked, at least for the time being. For a while the tension had been almost unbearable, but with each passing day it seemed to ease little by little. Or maybe that was wishful thinking……but Clay had stayed with the idea of revisiting his leaving after Blaine had left for his once-in-a-lifetime European tour.

They hadn’t even waited for the time when they knew Blaine would have boarded the plane, although it was unlikely that anything would happen that would warrant an unexpected return to the loft. “Well?” Rachel questioned, taking charge without even being asked as she always did, “What are we going to do? This,” Her hands shouted, encompassing everything around them, “is almost intolerable! I still think Clay should have moved out. It doesn’t matter that nothing happened because actually something did! It created this self-imposed silence and tension. I think we’ve crushed a million egg shells on these floors over the past months.” she said, figuratively speaking of course.

Clay shrugged his shoulders. “I know that Blaine still wants me to stay because he pulled me aside and said so, again, in no uncertain terms. He’s not stupid! He knew we’d be doing just what we’re doing right now.”

Kurt remained silent. He and Blaine had talked about this ad nauseum. And despite the fact that he’d not wanted Kurt to come on this trip with him, he still loved him. Kurt had even tried to give the engagement ring back until their relationship was back on firm footing again, but Blaine had refused to take it. “I only need a little time away to think things through…by myself,” he’d emphasized. “Kurt, I believe you….and Clay. I don’t think anything happened or that you’re lying or whatever. But I need some time alone.”

“Blaine, a good portion of the problem would be solved if Clay just moved out….for all of us, even Clay. We can barely have a civil conversation because every time we try we’re reminded of our own stupidity. And Rachel is stuck in the middle of it all. He’s her stepbrother, we’re her friends. No one has asked her to choose sides and she hasn’t. It’s just too much to ask of all of us to live here together unless Clay leaves or…..” he didn’t have any ideas to follow the or. But Blaine wouldn’t relent. “Kurt, why should Clay go through the hassle of moving over one mistake? It’s not like you planned what happened. Why aren’t we asking that you leave instead?” Blaine held up his right hand, “That was rhetorical….but you get what I’m saying?”

And, of course, Kurt understood what he was saying, but they both knew that asking Kurt to cross that bridge, and not Clay, would create an even more complicated set of circumstances…..circumstances neither Blaine nor Kurt were ready or willing to face.

“Okay, we’ve been stuck here with each other for over two months and you two will be going back to Lima for a few weeks. I’ll be here by myself.” Clay paused, hoping what he would say next would provide some reassurance. “Maybe a break is the right answer for all of us. Believe me, I’ll have to move out if this tension continues whether Blaine likes it or not. So, maybe we can table the discussion until ya’ll get back. It’ll give us all time to think without the others’ presence. Honestly, I don’t want to move. I like living with all of you, but none of us should have to live like this.”

They sat in silence waiting to see if anyone else had something to contribute and when it became apparent that no one did, Clay stood up and grabbed a Pepsi from the fridge telling the other two he’d be in his room. Closing the door, he flopped down on his unmade bed and surveyed the room, his eyes slowly drinking in what was his, with no desire to hit the streets of New York in search of a different home, different roommates…..what a dilemma!

But one thing, and maybe the only good thing that had come out of this mess was that it had destroyed any romantic feelings he might have had for Kurt.

After that debacle of a night, they’d all needed a breather from each other. Breather was definitely an apt term! It felt like every molecule of air had been sucked from the loft.

He’d hurriedly arranged to take a few days off work and returned to Lima to talk to Gene, the only person who knew about his feelings for Kurt. After describing what had happened, Clay had thrown his hands into the air and said, “What a mess over a stupid infatuation! I wasn’t in love with him, I’m NOT in love with him. In fact, I’m pretty sure both of us wouldn’t be too broken up if we never saw each other again.” Gene had been sympathetic and glad, actually, that at least that chapter in his son’s life was closed.

He couldn’t……well, more like he wouldn’t…..tell his son what to do about his current living arrangements though. If Blaine hadn’t been so adamant about Clay staying, the problem would have solved itself. Maybe there was a good reason Clay and the others were living this period of unrest between them. And much as he’d like to offer suggestions, they were all adults. Besides, Clay hadn’t asked for his input. Gene knew in this case he was more of a sounding board than anything else.

Rachel sighed, “Ya know, the place already feels a little less tense without Blaine here…..not because I don’t want him here,” she hastily finished her sentence. “Yeah, I know,” Kurt could feel it, too, and he certainly wanted him here. “Maybe all of us getting out of here for a while will be the answer. God! These past few months have been like waiting for a verdict in a trial that’s gone on for too long!”

As he went through his history, he found some old messages from Kurt that he hadn’t deleted. Placing the phone on his lap, he tipped his head back, closing his eyes. He missed him already, despite the fact that their relationship had been so unsettled. If truth be told, he’d been missing him for 2-1/2 months….missing them. He didn’t ever want to live apart from Kurt! And Kurt had made it clear that he wasn’t going anywhere unless Blaine wanted him to.

As if on instant replay, his mind’s eye took a trip back in time to the last time they’d made love…the only thing that seemed to keep them grounded in what had become their tenuous relationship….they’d fallen asleep in each other’s arms, knowing that soon they’d be parting ways, and neither was sure what that meant about their future. Sometime during the night, he’d awakened to find himself laying on his left side, the soft sound of Kurt’s muffled crying piercing the darkness. He was trying mightily not to be heard, but that didn’t stop Blaine from hearing his anguish. Under normal circumstances he would have reached for him and tried to sooth whatever was causing the tears, but he couldn’t….he didn’t…..even though his heart and his body begged him to.

And that had been more agonizing than if he’d simply laid a comforting hand on his shoulder…..a simple touch. It was so strange. They still made love, had sex, but they’d lost the ability to connect on a deeper emotional level. They’d never even argued about what had happened that night! Surprisingly, Blaine had discovered he wasn’t angry; instead, he was numb….and when he did feel something it was more akin to sadness or fear. They just couldn’t seem to get beyond whatever was holding them hostage. As if too much honesty might sever the fragility that was barely holding them together.

He sighed as he watched his dad walk toward him oblivious to his son’s misery. Blaine knew he was looking forward to connecting with him on a deeper level….at a time when Blaine felt least capable of connecting with anyone on any level. But, he had to try. They’d spent too many years not connecting at all and he wanted to get closer to him. He’d been waiting all his life for this opportunity. Perhaps, refocusing his energy on Laine would help him sort out his relationship with Kurt.

As Laine approached he couldn’t help but feel a sense of pride. Despite the mess he and Barb…well, mostly him, he reminded himself, had made of their marriage and the blame he had to shoulder for its demise, somehow against all odds he had perhaps managed to salvage the one good thing that had come out of it. He had high hopes for this trip, even though he tried to temper his expectations.

He wanted to show Blaine all the places he’d never really gotten to see in Europe, not because he hadn’t been there but because he’d most always been there on business. What he’d seen of cities like Paris and London or countries like Italy was mostly through the windows of taxis or along the sidewalks to and from the hotel to the boardrooms and offices of his overseas clients.

And he’d never taken this long away from work! Almost two months. His bosses were actually happy when he’d told them, knowing that when Laine was working he gave close to 200%. They’d manage, he was told, but just so he wouldn’t feel like he was too expendable, his boss had added that he should expect to give 250% when he returned, chuckling.

He was still mulling over the idea that wouldn’t leave him alone and, in all honesty, might have partly prompted this uncharacteristic vacation, although he didn’t want to admit it. He was tired of hiding who he was from Blaine…and yes, he’d finally accepted that it wasn’t what he was, but who. Bisexuality wasn’t something he could simply dispose of any more than Blaine could dispose of being gay. It wasn’t like it could be surgically removed. Sure, he could continue to hide it, but he was so tired of carrying the burden by himself. Perhaps their sexual identities were something they could actually bond over…..perhaps.

He’d discussed it with Barb, but she told him she wasn’t going to let him off the hook by telling him what to do. She’d never thought she’d see the day when he and Blaine actually had a relationship of any kind. She’d assumed that when she’d insisted that he tell Blaine his secret after Blaine graduated college that he would wait until the last possible second. As far as she was concerned, the sooner the better.

And why the sooner the better? Thankfully, her secret regarding Blaine’s parentage was still in her own version of Pandora’s box; sometimes it even felt like a secret from herself. Sometimes she forgot that Laine wasn’t Blaine’s biological father. But then something would remind her, a father in the park playing with his son, Blaine referring to Laine as “my dad,” instead of just dad, a woman pausing her stroller as even strangers gathered to have a look-see at the cuteness wrapped in blankets that lay inside. And in those moments it became clear once again why she wanted them to believe they were truly father and son….perhaps with a horrible start to their relationship, but father and son nonetheless.

She had no clue who Blaine’s biological father was; he was just a number, but one she’d memorized whether she wanted to or not. When she’d decided to conceive Blaine by IVF via a sperm donor, she hadn’t counted on the progressive march of the science surrounding DNA to become so sophisticated. She’d thought that Blaine and Laine could probably go through their lives never having their DNA tested. And then heritage sites like Ancestry and 23AndMe had started to pop up like mushrooms and all she could do was hope that neither of them would ever take advantage of them or even take an interest.

Her reasoning was that if they developed a good relationship, they wouldn’t care if and when they ever discovered they weren’t related by blood. She knew that was faulty reasoning, but she couldn’t think of any other way to live with her secret. Blaine deserved a father, a person who was a real dad, someone invested in his life and Laine was finally stepping up to the plate. And again, the mystery dad was just a number, right?

Of course she wasn’t uneducated about the new developments in sperm donation and the ways in which people could find the information they were seeking. Blaine’s donor had chosen to remain anonymous and that’s exactly what Barb had wanted. But, that had been nearly 20 years ago. She knew that now if a person really wanted that information they could probably get it if they were determined to find it.

No! As difficult as it was she would keep her secret and if the day ever came when she had to explain herself….well, she hoped she’d be prepared. But that was the future. The present was Blaine and Laine spending two months together. That in itself was some sort of miracle! Laine was pinning a lot of hope on this trip and so was Barb, but only she knew that. She would not stand in the way of Blaine finally having an accessible father.

In spite of all that had happened, Clay was looking forward to having the loft all to himself while Rachel and Kurt were in Lima. He’d never told Kurt or Rachel and certainly not Blaine about the feelings he’d had for Kurt. And now he was relieved that he’d managed to keep it a secret.

Despite being plastered that night he remembered it pretty clearly. Of course he couldn’t remember the incidentals like the name of the movie or even watching the movie itself. All he could think about was the fact that he was laying on the floor next to Kurt under a blanket – the closest he’d ever been to Kurt’s body.

He remembered the lingering scent of his cologne, their silly laughter over the smallest thing….but mostly the feel of his body, even fully clothed, so warm and very accessible. He’d had to fight with everything he had not to reach over and touch him and at one point Kurt had actually reached over and touched Clay! He’d done it in reference to something that was part of the movie and then he’d left his hand resting on his back. With determination, Clay had refocused his attention on the now unremembered movie, barely breathing. Half hoping that Kurt’s hand would remain on his back or better yet forget who he was touching and, dare he hope? make a pass.

But the next thing he knew he’d sneaked a peek at Kurt and his eyes were closed, appearing to be asleep. Slowly, he rolled over onto his side so he could watch him….watch him for the first time ever….in private. When he was sure that Kurt was truly asleep and not just resting his eyes, he’d dared to place a sweaty palm on Kurt’s waist.

Holding his breath, he waited for Kurt to remove his hand from Clay’s arm….the warmth of it feeling more like a fire on his skin. His eyes settled on Kurt’s heart-shaped face. He was beyond handsome…..that fragile-appearing porcelain skin, those lips he’d longed to kiss for so long and if it was possible, without his captivating eyes open, he looked wiser than his years. And that was one of the things that had drawn him to Kurt. His wisdom, his ability to hear and see past the superficial.

He smiled to himself and whispered so low that he could barely hear himself, “Kurt, I know you’d never want to hear this, but I think I’m in love with you.” Even then Clay feared acknowledging something that might not be true, but damn it! At the time it had felt true! Thank God, Kurt had never heard him say that!

And even more, he was glad that Kurt would never know that he’d slid his hand below Kurt’s waist and settled it right over his clothed cock, still holding his breath. When Kurt didn’t stir he’d closed his own eyes, his hand remaining where it was.

His half-drunk mind meandered through all of the fantasies he’d had about he and Kurt. Just the two of them and not as roommates but as a couple. Sometimes they were in bed in some place other than the loft – a fancy hotel room, his room at home with no one else around – who knew where they were and who cared? – a cabin in the woods with a fire crackling in the fire place. Or he’d imagine them in a hidden cove on a white sand beach, half naked, hidden from the tourists who passed by, trying not to giggle too much, touching each other, maybe for the first time….

Sometimes his mind would want to throw in a third person because in his fantasies they weren’t a monogamous couple. He liked the idea of watching Kurt with someone else or Kurt watching him with someone else. Or someone else watching them? The idea of a threesome, he liked that a lot! But if it was just he and Kurt that was okay, too. He could adapt to being monogamous he assured himself.

And then his thoughts brought him back to the present, but he didn’t want to open his eyes. His hand still rested on the zipper over Kurt’s cock, and unconsciously he realized he’d been tracing the outline under his jeans. He edged nearer until their bodies were as close to touching as he’d dared. He knew if Kurt woke up, he’d be mortified, maybe even angry, but, Clay reasoned, he could always lie and say he’d fallen asleep and had been dreaming about Angelo. He just wanted to be close to him, to feel the warmth of his breath as it caressed his face.

How he wanted to kiss his lips, to gently run his fingers over his face and down the length of his body, obeying his uncontrolled moans as Clay satisfied his hunger. In his fantasies, Kurt always wanted him as much as he wanted Kurt. He imagined Kurt hurriedly helping him unbutton his shirt, unzipping his pants as Clay worked to loosen the button on his jeans…….it was their first time. The kiss they’d begun only intensified as they divested themselves of their clothing.

Clay knew he should just get up and go to bed….alone!…. before he made a total idiot of himself, taking the chance that Kurt wouldn’t wake up to find his hand pressed more firmly over his cock, his breathing ragged, his lips mere inches from Kurt’s. But this might be the only chance he had of being this close……so close to the object of his desire.

He willed his eyes closed again, took a slow, deep breath, and removed his wandering hand, clenching it by his side. He barely whispered sweet nothings, telling Kurt how beautiful he was, saying things like, “If we were together..” this or that would happen (all good, of course). And then, he kissed his index finger and placed it lightly on Kurt’s cheek, forcing himself to move back to where he’d been laying before.

The rational Clay, the one that usually governed his words and actions, kept telling him that he should get up and go to bed, to leave Kurt to his slumber being none the wiser about what had just happened.

But, his brain was foggy from wine, his heart was aching and the part of him that spoke only of the temptations that he longed to satisfy reminded him again that this may be his only chance to lay beside Kurt much less in bed or on a beach or anywhere else.

After laying there for what seemed like an eternity just watching Kurt sleep, he’d clamped his eyes closed again and rolled over facing away from him. He was tired, so very tired of fighting his feelings for Kurt. Feelings he understood deep down were probably not love. He knew they were probably the kind of love a person imagined when they were rebounding from a broken relationship.

It was more than likely misplaced love. He wanted a relationship again. He wanted to come home to someone who was happy to see him. Someone he could talk to and laugh with. Someone who loved his company and missed him when they were apart. He wanted someone to fall asleep with and someone to wake up to. And even though most people probably wouldn’t see a couple in an open relationship as an “average couple,” he and Angelo had been all of the things he longed for.

At one point, Kurt had almost canceled his trip to Lima. Yes, he needed to get out of New York, out of this apartment with its memories. He hated sleeping alone, arriving home with no smiling Blaine eager to hear about his day and share his own. Barely a moment passed that he didn’t picture Blaine wherever he might be at that moment if things had been different….if that night had never happened. And then he’d be reminded of that!

And yet, Lima provided it’s own host of memories of him and Blaine. There was hardly a place he could go where an often vivid reminder didn’t linger. And especially in his own home..the house he’d grown up in..but he had to get away from New York! All three of them were heading in different directions for a reason. Sure, Clay could have gone back to Lima, too. He could have stayed with Gene, but his home was New York, even more so than Kurt and Rachel. For Kurt, New York was just a place to live while preparing himself for another destination. And Rachel was also a student. Sure, she said that her interests lay on Broadway, but that could change. For Clay, New York was where he felt most at home. He loved its constant hum of lives lived at a pace that was more like a race. It motivated him. And the idea had been to take time alone in an effort to make a major decision about their future as roommates, as friends even.

Burt handed him a cup of steaming hot coffee, one cream, two sugars, and settled in for a chat. Kurt hadn’t said much since he’d come home. He’d been rather subdued, but had spent much of his time at Breadsticks with members of the Glee Club who had either decided to stay in Lima or were also visiting over the summer. He was even helping Mr. Schue plan some summer workshops.

And Burt hadn’t pressured him. He already knew the story of what had happened, or he guessed, hadn’t happened between Kurt and Clay, but had done almost as much damage as if it had. He watched silently as Kurt avoided the back porch at all costs it would seem. Much as he wanted to comfort him, to tell him everything would be okay, he knew he couldn’t. For one, he didn’t know everything would be okay and Kurt was no longer a boy. So, as difficult as it was, he’d waited for Kurt to come to him.

Carole had returned to Michigan to visit family for the weekend. They’d been planning a reunion for a year, hoping that if they planned it well in advance more people would be able to make it. And since Kurt was home, she’d told Burt he didn’t have to come. She also knew about Kurt’s latest problem and figured it could give them time alone to talk….if that’s what Kurt wanted Burt reminded her.

And so, here they were, Kurt smiling up at his dad as he handed him the coffee, and then looking back down at the table, sighing. For a while they sat in silence. “Um, I never told you this, but Blaine asked me to marry him.” Burt was surprised to say the least! Of course he knew that that was probably going to happen some day…..

“And what did you say?” Burt ventured. Kurt cleared his throat, wrapping his hands around the coffee mug as if he needed the extra warmth to continue. “I told him that I’d accept the ring, but that we should wait until after we got to California….or wherever we ended up after college…..and now it seems that we might be ending up nowhere….” he stopped because continuing might bring on the tears that he’d been trying to hold back.

“He gave you a ring?” Burt asked. Wow! This was serious. “Yeah….Dad, it’s beautiful and he said when he saw it, it was so me….and it is.” He stopped, taking a breath and clearing his throat again. “It’s in a safety deposit box in New York. I promised him that once he graduated we’d have a huge engagement party…..and now? I offered to give it back, but he wanted me to keep it.” “Well, that’s a good sign, isn’t it?”

“Dad, I don’t know what’s a good sign anymore! And he says he believes me…and Clay…that nothing happened….but…I keep wondering what I would think or do if I was Blaine. Even if nothing happened….and it didn’t…!” Kurt emphasized, “I put myself in a position where something could have!” As Kurt raised his eyes, Burt could see the confusion and uncertainty reflecting back at him.

“Kurt, you…and Clay….made a mistake. And the fact that you and Blaine are still together on some level tells me that Blaine is working on forgiving you. You two have been together going on five years and this is the first time anything like this has ever happened, right?” Burt waited; this wasn’t a rhetorical question.

“Yeah…I mean as far as I know. Other than the year we spent apart when he was still in school here, we’re together pretty much all the time and I like it that way! And technically we’re engaged, even though no one but you knows. And he didn’t want the ring back. In fact, he was adamant about it! So, that tells me he doesn’t want to…..” Kurt couldn’t stop the tears and Burt rose from his chair, taking Kurt into his arms knowing there were no words that could take away the pain.

Blaine had been up early and their flight was a long one even though it was nonstop. He’d settled into the window seat. His dad had said he’d seen more than enough sky from an airplane window in his lifetime. He closed his eyes after telling Laine he was going to try to catch a nap and Laine had promised himself he was leaving work behind. And to make sure he did, he hadn’t brought his briefcase and hadn’t brought his work laptop along. He took the earbuds he’d rarely used and put them in his ears succumbing to music as he closed his eyes as well.

Blaine’s attempt at sleep wasn’t working. His heart was torn in two. Yes, he’d intended for this trip to help him sort out he and Kurt’s relationship. What he believed and what he didn’t. How he wanted to move forward…and he…they, he so wanted it to be they….because forward was their only choice no matter what conclusions they came to during this time apart. He loved Kurt so much and even that night when he was sure the end of his life was laying there on the floor of the loft, he never doubted Kurt’s love for him.

But there had been a reason why he hadn’t wanted Clay to move out. A reason he had put them all through the misery of the past months. And he knew that if not for him and his supposed magnanimous desire to not send Clay packing, he would have left on his own.

But, it had nothing to do with him being magnanimous. In fact, it had more to do with being selfish. He couldn’t stand the thought of losing Kurt and if he was being honest, at least with himself, he’d forgiven Kurt a long time ago.

He’d been living in a love/hate relationship with himself for some time, but he’d managed to keep it from interfering with his life, never allowing himself to dig too deeply and bring it out into the light of day. Until that night…..when it had turned itself loose again. There was more than one reason why he and Kurt couldn’t get past the roadblock that that night had placed between them.

And this trip? It was more about him than Kurt. This trip and the decisions he made would either make or break their relationship. The thought of living his life without Kurt was unbearable but living his life with himself, knowing what he knew? He knew the answer. He knew what had to be done. He’d always known. But no one else did and as hard as it was to accept, that had to change.

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PORTUGUES: AMAR DE VERDAD (AMAR DE VERDAD) DESTACANDO KURT, JAVI, BLAINE & JEFF WILSON - COMPLETA

CAPÍTULO 9 – O LADO ESCURO

“Não, eu não acho que você esteja louco,” Dr. Piper disse com convicção, “na verdade,” ele hesitou tentando encontrar as palavras certas para tranquilizar ainda mais seu cliente, “depois do que você acabou de me dizer, parece uma conclusão muito lógica para mim.” Lógico não era exatamente a palavra que Javi teria usado para descrever sua história de um ex-amante assombrando um quarto, completo com molduras quebradas, ou assombrando os sonhos de alguém para esse assunto.

Demorou mais de um mês para Javi finalmente reunir coragem para trazer esse assunto à tona com seu psicólogo. E quando ele perguntou se ele acreditava em fantasmas… no sobrenatural, ele não respondeu com: “não importa o que eu acredito, mas o que você acredita”, a resposta esperada do ponto de vista de um médico da mente. de vista. Ele simplesmente disse: “Sim”.

“Você faz?” Javi respondeu surpreso com a resposta, “bem, então… você tem alguma idéia sobre o que fazer com ele… isso…” Sua voz sumiu, sentindo-se louco, mesmo que o Dr. Piper não pensasse que ele era.

“Bem, Javi, você parece estar progredindo com sua raiva de Tonio ou estou fazendo uma suposição incorreta?” Javi não respondeu imediatamente, mas então disse: “Eu não estive perto de nenhum gatilho, então é meio difícil de avaliar, sabe?”

“Ok, se você acha que pode ser um catalisador para os sonhos de Kurt envolvendo Tonio, ele teve algum recentemente que você saiba? Você pode não ter pensado nisso, mas os sonhos são um gatilho, mesmo que você pense que você é a razão de sua existência.” Pelo menos ele tinha uma resposta para essa pergunta. Depois de reconhecer que poderia ser a causa do aparecimento de Tonio nos sonhos de Kurt, Kurt prometeu avisá-lo sempre que tivesse um. Demorou um pouco para ser convincente, mas depois que ele deu a Kurt algumas razões válidas para fazê-lo, ele cedeu. Especialmente quando Javi disse que isso poderia ajudar os dois, dando a Kurt uma saída para a experiência muitas vezes assustadora e dando a Javi a chance de pelo menos confrontar a presença de Tonio de uma maneira construtiva em vez de frustrante.

“A última foi cerca de duas semanas depois que comecei a ver você”, respondeu ele, seus pensamentos vagando para o passado. — E como você lidou com isso? Foi no meio da noite e felizmente eles estavam juntos. Kurt havia retornado de San Diego no início da noite e Javi estava trabalhando, então eles não se viram ou conversaram, apenas algumas mensagens rápidas, se ele se lembrava bem. Quando ele chegou em casa, esperando as boas-vindas habituais de seu parceiro, era óbvio para Javi que Kurt estava cansado. Ele encontrou a grande tigela de sopa de macarrão de galinha na geladeira, bolachas na mesa ao lado de uma mesa de pratos e um bilhete amoroso que ele enfiou debaixo da colher e depois foi para a cama.

Cansado, depois de comer, Javi tomou um bom banho quente, permitindo que isso acalmasse sua adrenalina após a apresentação, e então ele se enfiou silenciosamente entre as cobertas, a respiração constante de Kurt o embalando para dormir. Apenas quando o sol começou a derramar seus raios convidativos ao longo das bordas das persianas, seu sono foi totalmente destruído quando Kurt começou a bater freneticamente na cama ao lado dele em seu sono, obviamente procurando por Javi. Javi o pegou em seus braços, acordando-o com palavras suaves de “Kurt, está tudo bem! Está bem!” Não tenho certeza se ele acreditava no que estava dizendo, mas mesmo assim dizendo.

Depois de explicar as circunstâncias em torno do sonho, Javi reiterou: “Bem, definitivamente não passamos nenhum tempo falando sobre o quão louco era… ou por que estava acontecendo. Eu segui seu conselho e tentei me tirar da equação, como um espectador assistindo os eventos se desenrolarem.” Claro, o Dr. Piper não sabia na época que essa técnica poderia se aplicar a uma situação de outro mundo, mas da perspectiva de Javi, teve o mesmo efeito.

“Depois que o acalmei, pedi a Kurt que descrevesse o sonho, que tomasse seu tempo e pensasse em quaisquer diferenças entre aquele sonho e alguns de seus anteriores.” “E houve alguma diferença?” Dr. Piper perguntou.

“Não, ou pelo menos nenhum que ele pudesse lembrar.” Dr. Piper assentiu e então perguntou: “Você mencionou o ex-namorado dele?” ele olhou para sua nota manuscrita, “Blaine, certo?” “Sim, ele está tendo sonhos semelhantes.” “Hmmmm… interessante. Você pode me dizer algo sobre ele e seus sonhos?”

Javi respirou fundo e fechou os olhos, meio que pesquisando seu cérebro procurando o que ele conseguia se lembrar sobre Blaine. A princípio ele tentou ser breve, mas o Dr. Piper disse: “Não deixe nada de fora. Qualquer coisa que vem à mente é útil.” Então Javi lançou-se em sua história passada, então sua própria história com Blaine e tanto quanto ele conseguia se lembrar sobre os detalhes dos sonhos de Blaine. Ele balançou sua cabeça. Ele não tinha percebido até agora o quanto havia acontecido entre eles em menos de um ano!

Javi escutou o arranhar da caneta enquanto o Dr. Piper rabiscava mais algumas notas, ergueu os olhos de sua escrita e depois largou a caneta. “Javi… não quero ser prematuro… mas acho que você pode ter feito um avanço significativo.” “Eu tenho? Mas… eu ainda não entendo por que Kurt e Blaine estão sonhando com Tonio por causa dos MEUS problemas de raiva, doutor. Quero dizer, Kurt e eu lançamos algumas teorias, mas…

Dr. Piper respirou fundo e juntou os dedos: “Acabei de ouvir essa história, então isso é apenas o que pode ser uma possibilidade, em cima da minha cabeça. Você evitou relacionamentos pessoais de longo prazo desde a morte de Tonio até conhecer Kurt, estou certo? Javi assentiu quando o Dr. Piper começou sua recapitulação.

“Então, Kurt aparece e, de repente, você está no meio de um turbilhão de relacionamento, onde todo o seu mundo muda. Você está apaixonado! Isso por si só pode ser um catalisador para toda uma variedade de coisas. E me diga se eu entendi errado… não muito tempo depois, Kurt começa a ter sonhos repetitivos, certo?

Mais uma vez, Javi assentiu, perguntando-se onde isso estava indo. “Sim, com Tonio no centro,” Javi forneceu. “Ok, sonhos repetitivos são um padrão com Kurt… e geralmente significam algo significativo. E então, inadvertidamente, Blaine volta a entrar em cena.”

“Inadvertidamente?” Javi perguntou com um olhar intrigado. “Fui eu quem sugeriu que Kurt tentasse fazer as pazes com Blaine. Como isso é inadvertido?”

“Javi, você não convidou Blaine intencionalmente de volta para a vida de Kurt como uma coisa de longo prazo. Você queria ajudar Kurt a se livrar de sua própria bagagem. E funcionou, não é? Mas você não poderia prever o que aconteceu depois disso. E, sim, antes de dizer qualquer coisa, você ofereceu ajuda a Blaine se ele chegasse à Califórnia, mas, como você disse, viu isso como um movimento estratégico. Como você coloca, mantendo seus amigos próximos e seus inimigos mais próximos.”

“Então, Blaine chega, você o apresenta ao seu empresário e ele gosta do que vê, e oferece a Blaine um papel na peça em que você está. Você acaba se mudando para Los Angeles para acomodar a peça, o que aproxima Kurt e Blaine. proximidade entre si. Você se lembra quando Blaine começou a ter sonhos? Não importa no momento, mas eu gostaria que você descobrisse. Isso é apenas hipotético agora.”

“E aqui temos duas pessoas que se consideraram almas gêmeas em um ponto e também têm um histórico significativo de reviravoltas. E um deles quer renovar o relacionamento como amizade.” Javi estava ficando intrigado, mesmo que isso fosse apenas uma hipótese.

“Kurt é obviamente sensível ao sobrenatural e talvez Blaine também seja, ou pareceria assim para mim. Você está no meio desta imagem. Você tem problemas de raiva não resolvidos com Tonio. Kurt já está sonhando com Tonio e talvez Blaine também, certo? Então, você tem a estranha atividade no quarto.”

Ele hesitou por um minuto, tentando manter seus pensamentos nos trilhos: “Acho, agora, não dê muita importância a isso, mas… acho que você reúne duas pessoas com uma forte história positiva e negativa? Um é definitivamente sensível a… como você quiser chamá-lo… e esse seria Kurt. Então, Blaine entra em cena e se torna outro canal para os sonhos, a atividade, qualquer coisa fora do mundo visto, porque são como dois pólos de um ímã.”

“Você perguntou se eu acredito em fantasmas e eu disse que sim. Quando você lida com a mente, há todos os tipos de coisas que a influenciam e acredito que o que não podemos ver é tão poderoso quanto o que podemos. Alguns veriam isso como possíveis alucinações ou diriam que os sonhos são insignificantes ou irrelevantes. Muitos discordariam de mim sobre fantasmas, mas isso não é nem aqui nem lá.”

“Ok, onde eu estava”, ele fez uma pausa enquanto espiava suas anotações, “Você está no meio de tudo isso invisível, nem mesmo certo do que você acredita sobre isso. Mas, Tonio, e isso é um mas, lembre-se….encontrou canais para chamar sua atenção em grande estilo. Não sei o que tudo significa em relação a Kurt e Blaine, todo o simbolismo de seus passados ​​nos sonhos, mas na sua situação, sim, acredito que você seja o catalisador da presença de Tonio nesses sonhos, e sim, provavelmente o atividade no apartamento de Blaine.”

“Uau!” foi tudo o que Javi conseguiu pensar em dizer. Isso foi muito para absorver! “Mas… o que posso fazer para acabar com isso? E não me refiro apenas ao problema atual. Eu quero dizer o futuro. Como eu já disse, não quero o fantasma de Tonio andando por aí tentando direcionar minha vida ou me dar conselhos do além!”

“Javi, eu não tenho uma resposta para isso. Talvez nunca o façamos, mas vamos lidar com a razão pela qual você está aqui. Raiva de Tonio por causa de ações passadas, não presentes ou futuras. Vamos começar com isso.”

Quando Javi abriu a porta da frente, ele podia ouvir Kurt cantando junto com um vídeo que estava assistindo. Ele disse a Javi que estava pesquisando uma ideia para seu livro e suas aulas. A ideia era construir fantasias em torno de músicas como eles fizeram muitas vezes antes e ainda faziam. Ele não queria interromper, então sem dizer uma palavra ele silenciosamente deslizou para o sofá ao lado dele.

Kurt reconheceu sua presença com um meio sorriso, então voltou sua atenção para o vídeo. Ele acabou de passar por Dance for Your Papi de J Lo e trouxe Yo Quiero de ninguém menos que o próprio Mateo. Depois do que ele aprendeu com o Dr. Piper, ele estava um pouco hesitante em assistir a qualquer vídeo de Mateo no momento, mas ele se lembrou de quantas vezes ele assistiu a esse vídeo. Kurt tinha até usado em uma de suas fantasias.

“Aproveite a avaliação do Dr. Piper,” sua mente sussurrou, “talvez você esteja dando mais um passo para fora disso seja lá o que for.” E ele tinha que admitir que se sentia muito melhor com a coisa toda, especialmente agora que ele pelo menos tinha algo concreto para trabalhar.

Kurt estendeu a mão por cima do sofá e pegou sua mão, esfregando as costas dela com o polegar. Uma das muitas coisas que ele amava em Kurt. Ele era tão carinhoso. E no momento carinho era algo que ele precisava. Apesar da boa notícia, ele sabia que com toda a probabilidade isso daria mais trabalho e tudo o que qualquer um deles queria era que isso acabasse.

EU AMO VOCÊ
É um dia comum
O dia em que fui passear
Entre as pessoas sem saber que destino
Eu estava preparando uma surpresa
já estava me esperando
Pouco depois passei por onde servem café
Desde que eu não tinha mais nada para fazer
Vamos, vamos, pergunte sim, sim, para esse cara magro
Havia uma mesa e foi assim que aquela beldade compareceu
Não imaginei mais nada para tirá-la daqui
Eu juro que não conseguia nem falar
Do amor que senti quando a vi
Seus beijos
(Eu quero)
seus encantos
(Eu quero)
Sua pele
Oh mamacita me dê seu mel
Oh oh oh oh oh oh oh
Um dois três quatro
Oh oh oh oh oh oh oh
(Mateu)
No dia seguinte aconteceu o seguinte
acordei cedo me senti diferente
Eu não sabia o motivo daquela linda manhã
Até que eu vi que amanheceu com ela
não imaginei mais nada
Para levá-la para longe daqui
Eu juro que não conseguia nem falar
Do amor que senti quando a vi
Seus beijos
(Eu quero)
seus encantos
(Eu quero)
Sua pele
Oh mamacita me dê seu mel
Seus olhos
(Eu quero)
Seus quadris
(Eu quero)
Sua pele

Voltando sua atenção para a TV, ele teve que sorrir. Mateo estava em Bogotá, Colômbia, e eles estavam no auge de sua carreira. Yo Quiero foi uma daquelas músicas que sempre chamou a atenção dos fãs. Não era uma de suas músicas mais românticas. Era rochoso e quase sempre levava a multidão a seus pés.

Embora ele tivesse visto essa performance mais vezes do que podia contar, com sua nova perspectiva, ele tentou assistir com um olhar mais crítico, exatamente como o Dr. Piper havia instruído – saia da equação.

Tonio estava com um humor raro naquela noite. Eles estavam planejando lançar seu novo álbum, Dejarte de Amar, em questão de dias e iriam cantar algumas músicas dele em público pela primeira vez. Nos primeiros dias, ele estava muito mais envolvido com o público como ele estava esta noite. E o piano dele não era necessário para essa música. Não só agitou a multidão, como muitas vezes agitou Tonio.

Enquanto observava seus 30 e poucos anos brincarem com a multidão, pulando de um lado para o outro do palco, ele percebeu o grande sorriso de Tonio – outra coisa que você não via com tanta frequência – e sua atitude brincalhona com os fãs. Javi riu para si mesmo. Ele ainda se lembrava da vez em que ele realmente saiu do palco e se perdeu na multidão de mãos enquanto os gritos e cantos ficavam mais altos. Tonio era o que mais se preocupava com a segurança dos três e então saltou no meio da multidão como se todos fossem seus novos melhores amigos prontos para pegá-lo se ele caísse! Isso foi tão Tonio, um minuto se preocupando com a segurança, no próximo pulando em uma multidão de fãs selvagens……ou de um avião, seu eu interior sussurrou.

E eles praticaram repetidamente a parte em que Tonio caiu de joelhos, deslizando pelo palco, segurando a mão de Javi com força. Claro, eles não estavam alheios ao simbolismo desse movimento ou como ele apareceu para os fãs e as câmeras. Eles estavam brincando com a imprensa sobre isso também. Nunca tendo saído, eles ainda estavam deixando os paparazzi adivinhando. E até onde seus fãs foram? Eles duvidavam que algum deles se importasse de uma forma ou de outra… ou pelo menos não naquela noite.

Assim como Dance for Your Papi, Kurt repetiu o vídeo de Mateo várias vezes, tentando capturar nuances para sua escrita e sua aula. Mas a cada repetição, Javi se sentia cada vez mais inquieto. Ele continuou tentando sair da equação, tentando se imaginar atrás de uma cortina observando Tonio e seu antigo eu. Ele tentou se imaginar como um dos poucos fãs aparentemente desinteressados. Tentou observar apenas a si mesmo, depois apenas a Tonio. Ele até tentou fingir que era Rigo, que muitas vezes parecia estar tão absorto em tocar guitarra que estava em uma bolha no palco, além de Tonio e Javi.

Na maioria das vezes agora, ele podia assistir a esses vídeos com um olhar crítico musical, esquecer que eram eles no palco e se inspirar na música e na experiência. Mas não agora, não hoje – a hipersensibilidade que sua recente visita com o Dr. Piper havia despertado não o deixava.

Ele sentiu a raiva crescer. Mesmo com toda a sua crença no destino, assistir ao supertalentoso Tonio e conhecer seu destino final o deixou triste… e doente… e louco. Mesmo sabendo que provavelmente ele não estaria sentado aqui com Kurt se Tonio ainda estivesse vivo, não o acalmou. Ele se levantou do sofá e foi para o quarto deles, esperando não ter alarmado Kurt, mas sabendo que Kurt provavelmente era mais sensível ao ambiente do que ele.

Kurt estava totalmente ciente dos sentimentos de Javi. Sua mão a segurava cada vez mais forte a cada repetição. Ele quase sugeriu que Javi não assistisse, mas sabia que, para lidar com seu medo e raiva, ele tinha que encontrar maneiras de enfrentá-lo de frente. Ele ainda não sabia nada de sua conversa com o Dr. Piper, mas lhe daria alguns minutos e depois o seguiria até o quarto, esperando que a sessão de hoje tivesse produzido algo produtivo.

A ideia se enraizou logo depois que ele teve o sonho onde outra entidade? Como você chamaria isso? havia entrado em cena. Afinal de contas, Blaine era um ator e Javi também… e Kurt também tinha sido em uma vida anterior antes que a escrita consumisse seu tempo. Que mal poderia fazer? Para ser honesto, quanto mais ele pensava em ir àquele armário, com ou sem outra pessoa, menos ele gostava da ideia. Ele chegou à conclusão de que deveria ficar exatamente onde estava até que isso fosse resolvido.

Tudo o que eles precisavam era de alguém para interpretar Tonio e, se Jeff estivesse disposto, ele poderia ser o candidato perfeito. Ele tinha um temperamento que estava sempre tentando controlar. E pelo que ele aprendeu com Javi, o temperamento de Tonio superava em muito o de Jeff. Ou talvez até ter outra pessoa interpretando Javi e Javi interpretando Tonio. Agora surgiu uma ideia interessante!

Embora ele soubesse que Kurt e Javi tinham compartilhado relutantemente o pensamento de que a raiva reprimida de Javi poderia ser o catalisador, e tão relutantemente compartilhado que Javi estava vendo um psicólogo para ajudá-lo a lidar com isso, agir poderia ajudar em vez de prejudicar. A ideia de um psicólogo dos sonhos não foi descartada, mas ele a colocou em segundo plano bem ao lado da ideia de visitar aquela caixa cheia de incertezas escondida em um armário.

Se todos concordassem em experimentá-lo, deveriam fazê-lo em algum lugar além do quarto onde as manifestações físicas começaram? Por mais que odiasse a ideia de passar mais um segundo de sua vida lá, achava que era o único lugar para fazê-lo. Eles poderiam praticar em outro lugar, mas, em última análise, ele acreditava que deveriam tentar o que parecia ser o papel de uma vida naquele quarto. Ele falaria sobre isso com Jeff sabendo muito bem que ele provavelmente seria o mais difícil de convencer, e então eles poderiam levar o plano para Kurt e Javi.

Esfregando suavemente as costas, ele esperou que Javi dissesse alguma coisa. Ele estava deitado de bruços com os olhos fechados, lentamente inalando, depois exalando. Finalmente, Kurt arriscou: “Você quer falar sobre isso, carino?” Javi pensou sobre isso por um minuto ou mais… ele queria falar sobre isso? Pelo menos ele tinha algo novo a dizer! Rolando, ele se moveu para o outro lado da cama para dar espaço para Kurt se deitar.

Uma vez que Kurt se acomodou, ele levou um tempo explicando sua visita ao Dr. Piper. Ele não queria parecer muito otimista, mas era. Isso certamente trouxe os sonhos em perspectiva e as reações de alívio e raiva de Javi pareciam fazer algum tipo de sentido. Afinal, ele passou um tempo ouvindo o Dr. Piper descrever uma possível razão para o dilema deles e então qual é a primeira coisa que ele vê quando entra pela porta? Ele e Tonio, como se Tonio não estivesse morto, como se ainda estivessem juntos criando a magia que só Mateo poderia criar para seus fãs. Kurt decidiu não dar sua opinião. Não era necessário no que lhe dizia respeito. Ele concordou com seu médico. Mesmo que Javi tenha experimentado raiva de Tonio logo após a semi-revelação, isso não significava que ele não tivesse feito um avanço. Ele só estava em casa por algumas horas. Ele precisava de tempo para se acostumar com a ideia e então descobrir como aplicá-la ao problema central.

Jeff tinha deixado o hospital para trás de bom grado. Tinha sido um dia difícil. Complicações em cirurgias, cirurgias não planejadas, de emergência, parecia que nem um segundo de sobra. Ele amava seu trabalho, mas foi chicoteado.

Ao passar pela porta, ele ouviu Blaine na cozinha provavelmente dando os toques finais no jantar. Cheirava a frango assado e ele pensou que provavelmente estava com fome o suficiente para comer tudo. Blaine se virou quando ouviu o baque da mochila de Jeff caindo no chão. “Estará pronto em cerca de uma hora, amor!” ele disse, notando o olhar exausto no rosto de Jeff.

Jeff andou pela ilha da cozinha, envolvendo os braços em volta da cintura de Blaine enquanto espalhava algumas ervas em uma tigela de molho de pão de milho, beijando-o no pescoço. “É tão bom estar em casa,” ele murmurou, “que dia.”

Ele abriu a geladeira, removendo uma garrafa de Heinekens perguntando a Blaine se ele queria uma. Blaine assentiu e disse a ele para levá-lo para a sala de estar… ele chegaria em um minuto.

“Então, eu sei como foi meu dia… prefiro ouvir sobre o seu”, disse ele a Blaine. Blaine hesitou. Ele poderia entrar em uma discussão sobre a prática no início do dia, mas isso era praticamente a mesma coisa que Jeff sempre ouvia. A única outra coisa que ele queria falar eram suas ideias sobre o sonho. Mas Jeff parecia tão cansado… agora era a hora certa? Ou haveria um momento certo? Ele decidiu testar as águas, dizendo: “Hum, eu tenho algo que acho importante falar, mas talvez agora não seja a hora”. Ele sabia que podia contar com Jeff para lhe dizer se não fosse.

“Qualquer coisa para tirar minha mente hoje, por favor… qualquer coisa!” ele disse, tomando um gole de sua cerveja. “Mesmo que seja chato pra caramba.” Blaine riu, “Bem, eu não acho que você vai achar chato, com certeza. E não temos que decidir nada esta noite. É apenas uma ideia.”

Jeff se ajeitou no sofá, acreditando que provavelmente precisaria ficar confortável para essa conversa que exigiria uma decisão. — Você não está grávida, está? ele brincou. “Não espertinha, não estou grávida”, ele riu, “É sobre o sonho.” No começo, ele apenas piscou. Eles não discutiam “o sonho” há algum tempo… bem, se você considerar duas ou três semanas atrás. Não era seu assunto favorito, mas se Blaine tinha algo novo a oferecer, pelo menos queria considerar.

“Ok, boas notícias? más notícias? Desde que não envolva alguém que precise de cirurgia.” Na verdade, Blaine adoraria extirpar o sonho de suas vidas e desejava que fosse tão simples quanto uma cirurgia.

Ele explicou seus pensamentos mais cedo esperando por alguma entrada de Jeff, mas Jeff ficou em silêncio, esperando que ele terminasse. Ele nem pareceu ter muita reação quando Blaine chegou à parte sobre Jeff fazendo o papel de Tonio… ou talvez Javi interpretando esse papel e Jeff interpretando o papel de Javi.

“Mmmmm”, foi tudo o que ele disse. Foi um pensamento interessante. Ele não era um ator, mas se eles iam fazer isso… “Isto é o que eu penso.” Blaine esperou por uma discussão. Afinal, isso não era tomar uma decisão sobre o que eles queriam fazer no fim de semana ou algo igualmente mundano.

“Eu acho que se nós vamos fazer isso… e eu não estou empolgado com a ideia, veja bem… mas então eu suponho que você também não… de qualquer forma, se nós vamos fazer isso, eu acho que Kurt deve ser o Tônio. Afinal, Javi é quem melhor conhece Tonio… e também é ele quem está lutando com sua raiva dele, certo? Talvez lhe fizesse bem! Ele meio que estaria gritando consigo mesmo e gritando com Tonio ao mesmo tempo. Eu sei que isso soa estranho, mas você entende o que quero dizer. E eu seria apenas uma espécie de… um substituto para Kurt. Talvez expressando seus sentimentos para “Kurt” e deixando claro o que ele pensa ou sente que Tonio pode estar dizendo? Sim, parece absurdo, mas essa coisa toda foi absurda desde o início.”

Uau! Blaine pensou, isso não era nada do que ele esperava e, à sua maneira estranha, fazia sentido. “Então, você está dizendo que vai fazer isso?” “Sim, mas primeiro você tem que discutir isso com Kurt e Javi, não é? Eu estou supondo que você não disse nada para eles ainda, certo?” “Não, ainda não… mas talvez eu consiga falar com eles depois de comermos.”

Ele ainda podia ouvir as palavras do Dr. Piper enquanto os quatro estavam sentados na sala se preparando para o que todos esperavam ser uma boa ideia, mas como arrancar um dente, você queria que o problema fosse resolvido, mas você temia o que poderia acontecer. tem que ser feito para conseguir isso. A Dra. Piper assentiu, como se concordasse com a ideia deles, mas depois disse algo como: no seu caso, Javi. Ele pegou o olhar de Javi e o sustentou: “Eu sei que você acha que vocês dois têm um relacionamento quase inviolável… e eu tenho que admitir pelo que você me disse, é tão sólido quanto pedra, mas…” Javi interrompeu: “Eu sei o que você está dizendo, doutor, mas uma conversa honesta raramente foi um problema para nós”, disse ele quase confiante demais, mas o Dr. Piper deixou passar.

E assim, com a ajuda do Dr. Piper, eles desenvolveram um plano, não apenas para discutir o que fariam naquela sala, mas também como discutir seus verdadeiros sentimentos um pelo outro. E, infelizmente, o aviso não tão sutil deu frutos.

“Não podemos fazer isso sem desnudar nossas almas?” Jeff se aventurou. Ele já se sentia bastante constrangido com suas tentativas de praticar o que eles fariam ou diriam naquele quarto, e ele nem tinha uma parte de fala! Quanto a Kurt, ele não se importava de desnudar sua alma, como Jeff havia colocado, em uma conversa com Javi, mas com Blaine? Ele não tinha nenhum desejo de abrir uma potencial lata de vermes envolvendo seus sentimentos um tanto confusos por Blaine.

“Ok,” Blaine suspirou, sentindo que eles estavam voltando para a estaca zero. Quais são nossas outras opções?” ele perguntou. Kurt olhou para o telefone onde estava anotando, quase desejando receber uma ligação dos Caça-Fantasmas, ideia original deles.

Kurt enumerou outros caminhos que eles podem seguir, psicólogo dos sonhos? Alguém ou alguém fazendo uma viagem ao armário esperando que talvez manusear a moldura quebrada e a foto preciosa possa revelar algo útil? Javi olhou para Kurt de seu assento no chão, “Espere, quando isso se tornou uma possibilidade?” Tudo o que ele tinha que fazer era olhar do rosto de culpa de Kurt para o de Blaine. “Blaine e eu mandamos uma mensagem sobre isso, mas decidimos que poderia ser uma das nossas… piores ideias de todos os tempos.” “Você pode dizer isso de novo!” Javi meio que bufou. Eles até conversaram sobre sessões espíritas, tabuleiro Ouija, médiuns e até mesmo ter o apartamento limpo e abençoado por um padre, embora nenhum deles fosse católico.

Mas depois de muito debate entre os quatro e mais de uma ou duas discussões entre os casais, eles decidiram que tinham muito mais medo de não tentar isso do que expressar seus sentimentos um pelo outro. As palavras, isso não é coisa de homem, foram pronunciadas mais de uma vez.

O impasse terminou depois que o Dr. Piper perguntou: “Então, você prefere continuar a lidar com os sonhos e tudo o que acontece com ele ou você prefere deixar de lado sua reação tipicamente masculina e travamentos para uma conversa honesta e possivelmente resolvê-lo?” Sentado no sofá do escritório, Javi finalmente percebeu que havia apenas uma boa resposta para a pergunta.

Enviando mensagens de texto para os outros três quando ele saiu do escritório, eles combinaram de se encontrar no que havia se tornado uma espécie de sala de conferências, a sala de estar de Blaine e Jeff. Todos concordaram que seria do interesse de todos se Kurt e Javi se sentissem à vontade para passar um tempo lá e que era o melhor lugar para praticar também, já que era onde o “negócio real” aconteceria.

Essa foi a noite em que todas as paredes caíram. Ninguém queria prolongá-lo, e mesmo que nada acontecesse, pelo menos eles poderiam dizer que tentaram e não permitiram que algo tão simples como falar interferisse.

Mas simples, certamente não era. Um por um, com muita hesitação e tropeçando nas palavras, eles compartilharam seus sentimentos um pelo outro. Jeff foi o primeiro tentando falar sobre como ele ainda se sentia um pouco desconfortável perto de Kurt enquanto jogava a analogia das peças do quebra-cabeça para completar. Kurt expressou suas reservas sobre uma amizade renovada com Blaine. Claro, ele sabia que Blaine estava ciente disso, mas ele queria que ele soubesse que, embora esperasse que eles tivessem uma amizade em algum momento, ele ainda não estava lá. E ambos admitiram que sentiam falta da amizade um do outro, mas não tinham intenção de voltar a ficar juntos. Da parte de Javi, ele explicou sua desconfiança de Blaine no início e sua ideia de manter seus amigos próximos e seus inimigos mais próximos… mas que ele não pensava mais em Blaine como o inimigo. E Blaine havia admitido que um ano atrás ele queria um relacionamento romântico renovado com Kurt, mas graças à ajuda de conselheiros e ao exemplo de Kurt de fazer um diário, ele superou isso, criando um espaço em sua vida para Jeff.

E agora, aqui estavam eles uma semana depois, Blaine segurando a chave do quarto que todos temiam entrar, mas sabiam que precisavam. Blaine enfiou a chave na fechadura e escancarou a porta como se estivesse arrancando um Band-Aid. Nada havia mudado até onde ele sabia. As paredes ainda estavam meio pintadas, a cama ainda estava no meio do quarto, a janela estava fechada e trancada como deveria estar.

Por sugestão de Javi, eles decidiram não pular em algo para o qual ainda não haviam encontrado um nome. Deixando-se o mais confortável possível, Kurt foi seu guia através de seus sentidos, adaptando-se à sala, todos esperando que pudessem passar por esta parte sem incidentes.

Permitindo alguns minutos de silêncio, Kurt perguntou: “Estamos prontos?” Como se eles estivessem prontos? A mente de Kurt questionou de volta. “Hum… vamos começar meio que nos posicionando em relação ao sonho.” Blaine disse, soando mais natural do que se sentia. “Geralmente, estamos todos de pé ao lado da cama com a janela à nossa esquerda.” Depois que eles colocaram a cama de volta na posição, Kurt ficou ao lado dela, esperando para desempenhar seu papel como Tonio. “Javi? Jef?” Blaine orquestrou enquanto eles tomavam seus lugares nos papéis de Javi como ele mesmo e Jeff como Kurt, de pé ao lado da cômoda. “Kurt geralmente está atrás de Javi como se Javi estivesse tentando proteger Kurt… e eu estou no meio me sentindo confuso, como se não soubesse por que estou lá.” Kurt pensou sobre isso por um minuto, “Sim, isso soa bem preciso”, disse ele.

Foi estranho. Terrivelmente estranho! Eles decidiram não fazer algo como tentar evocar o fantasma de Tonio. O problema não era realmente o fantasma dele, se era isso, o problema como eles viam era a energia negativa de Tonio provocada pelo que eles supunham ser a raiva de Javi. Se tudo isso era igual à manifestação de um fantasma, quem sabia?

“É uma coisa boa que três de nós temos alguma experiência com atuação,” Javi disse com uma risada nervosa, “pelo menos todos nós sabemos como entrar no personagem.” Jeff disse com naturalidade: “Então, o que eu faço?” Quando Kurt parou na frente dele, ele se virou e disse: “Apenas finja que sou alguém que quer protegê-lo a todo custo”. Bem, isso foi bastante fácil, tudo o que ele tinha que fazer era olhar para Blaine ali mesmo na sala. O homem confuso no meio… se Jeff pudesse tê-lo protegido dos sonhos e do que quer que existisse neste quarto, ele o teria feito.

Conforme planejado, todos eles fecharam os olhos, tentando mergulhar em seus papéis, novamente, usando todos os seus sentidos. Eles esperaram que um deles dissesse alguma coisa… Javi, hesitante, quebrou o silêncio: “Tonio, o que você quer? Hum…” ele tropeçou, relutantemente abrindo os olhos e respirando fundo, então retomando um discurso para o qual ele estava totalmente despreparado, “Eu não preciso mais de você na minha vida… e você se certificou de que eu nunca mais precisaria, não precisava. você? Javi se perguntou de onde essas palavras estavam vindo? Ele imaginou o que poderia dizer várias vezes, mas… E já reconhecia a raiva… a sensação de traição que ele só recentemente passou a aceitar.

“Nos deixe em paz! Você continua nos lembrando que tudo mudou…”, sua voz sumiu e a sala foi engolida pelo silêncio. De repente, Kurt, como Tonio, rugiu: “Si! E porra, ele fez! Tudo! Mas se você não me quer aqui, então por que você não me deixa ir? Você DIZ que não precisa de mim”…. Javi sentiu como se estivesse sendo dividido em dois.

Era assim que era ser Tonio?? “ou me quer mais, certo?” Kurt continuou naquela… voz… em um tom de voz irreconhecível vindo de Kurt. “E mesmo se você tivesse, é impossível! Você e seu destino! Destino, sempre, sempre! Se você realmente acreditasse nisso, saberia que eu não tinha um grande plano para pular de um avião e me matar! Não fiz isso para provar que era invencível! Você me amava por ser um aventureiro, lembra? Você disse isso um milhão de vezes… e agora você me odeia porque eu corria riscos???” Kurt não conseguia acreditar nas palavras que saíam de sua boca, mas também não conseguia detê-las.

Ele pisou no chão exatamente como Tonio tinha feito no sonho, exceto que o objeto que tinha esmagado sob sua birra não estava lá. Ainda assim, Javi podia imaginar o som da estrutura sendo esmagada, mesmo com as palavras explosivas de Tonio… uma voz que ele já tinha ouvido em outra vida, mas sem tanta dor e angústia ligadas a ela! Ele estava segurando isso por nove anos? Mesmo que Kurt estivesse falando como Tonio, era impossível que o que ele estava gritando com Javi não fosse uma mistura de suas próprias palavras e as de Tonio… seus sentimentos de alguma forma se misturando.

“Sabe o que eu acho, Javi? Acho que você me invejou! Você queria ser aquele que não deixou uma única chance de viver a vida no limite passar por você! Você estava sempre tentando me proteger de mim mesmo… eu não precisava de sua proteção, eu não pedi por isso… NUNCA!” Kurt ficou parado tentando não parecer chocado. Essas palavras soaram um pouco perto demais de casa. Então… o superprotetor Javi existia antes mesmo de Tonio mergulhar para a morte?

E Javi em voz baixa e firme disse, acreditando que estava fazendo um palpite certo: “E você também me invejou, não foi Tonio? Você não? Você queria ser a Lua. Você queria ser aquele que todos viam como o calmo e racional. Aquele que foi bom em pegar os pedaços depois que Tonio, o Tornado, deixou um caminho de…..de…..de caos e destruição enquanto rasgava a vida de todos, certo? Admita, Tônio. Agora sua voz soava fria como gelo.

Então sua voz subiu inesperadamente, enquanto ele cruzava os braços com força sobre o peito, “Então! Parece que éramos a combinação perfeita de opostos que se atraem, não? Se você estiver certo, é isso. Não consigo imaginar um dia querer ser você! Ah, sim, eu queria você. Não havia dúvida sobre isso, mas SER você? Por que eu iria querer isso? Você sabe quantas vezes as pessoas correram para se proteger ao seu redor? Quantas vezes eles me imploraram para fazer algo sobre isso ou aquilo que você fez sem pensar em ninguém além de você mesmo? Não… absolutamente não… nunca! Eu nunca gostaria de ser você!”

“Então VOCÊ diz, Javi! A quem você deu crédito pela existência de Mateo? Para garantir que o fim do negócio sempre foi atendido? Diga-me, Javi! Você já disse isso tantas vezes… mas nunca acreditou, não é? Você estava bravo comigo muito antes de eu morrer! Você estava certo sobre uma coisa, porém, poderíamos lutar por isso… e se você vai admitir ou não, acho que você gostou do desafio. Uma saída para sua frustração, seu ciúme, talvez? Ele provocou.

“Ciúmes? Sobre o que? De quem? Achei que éramos almas gêmeas, Tonio!”

“E entao? E daí se fôssemos! Não fomos perfeitos! Sim, ciumento! Você era o único com o carisma… e a voz… os fãs te adoravam, mas no mundo da música era a mim que eles chamavam de gênio musical… o produtor… eles até me chamavam de Dragão, lembra? Você queria tudo isso e a imagem de bad boy também!”

E então Kurt, como Tonio, ficou estranhamente calado. Isso era tão estranho. Claro, Javi havia repassado o relacionamento deles em detalhes (como se ele não soubesse tudo e mais depois de mais de um ano amando Javi?), para que ele pudesse desempenhar seu papel. Mas parecia que ele não estava desempenhando um papel, mas sim como se ele estivesse lá nove anos atrás. Algo lhe dizia que tudo o que haviam dito um ao outro era verdade, gostasse ou não (e se ele fosse Javi… ou mesmo Tonio… ele sabia que ELE não teria gostado).

“Não… não, Tonio…” A voz de Javi era quase um sussurro e ele estava balançando a cabeça. “O que eu queria…” ele hesitou, “eu queria…” ele suspirou. “Tudo o que eu realmente queria era ajudar você a se ver através dos olhos de todos. Claro, você era todas essas coisas, o gênio, o Dragão… e talvez eu estivesse errado em tentar fazer isso… para ajudar…” ele respirou fundo, “Mas se não tivéssemos sido exatamente quem nós éramos… sem mudanças… apenas nós… sem tudo isso escondido? incompreendido? bagagem, então…..olha. Eu não vi isso até que você se foi… mas Mateo não era e nunca mais seria o que os fãs queriam sem você. Sim, Rigo fez sucesso com o que restou, mas…”

Kurt observou como a aparência de Javi mudou, não vendo o homem zangado com os braços cruzados sobre o peito como se tentasse se controlar há apenas alguns minutos, mas um homem quebrado caindo no chão.

Jeff, como Kurt, deu um passo em direção a ele… e Kurt, incapaz de se conter, também deu um passo. Mas Javi parou os dois com a mão levantada.

Kurt deslizou para o chão, afastando pedaços imaginários da moldura quebrada, dirigindo-se a Javi, seus olhos forçando Javi a olhar para ele: “Você vê isso?” ele ergueu um pedaço imaginário do porta-retratos e olhou para a foto inexistente embaixo. “Tudo mudou!” Ele enfatizou novamente. “Eles não estão juntos”, disse ele apontando para Blaine e depois batendo em seu próprio peito com um dedo. “E eles não estão mais juntos”, ele enfatizou apontando para a foto invisível. “Você não vê? Aqueles dois tiveram que largar as metades que os tornavam um todo. Eles tiveram que seguir em frente… para ele!” ele disse apontando para Jeff, “e para você”, disse ele, apontando para Javi. Parecia que Kurt, como Tonio, ainda estava no personagem… mas ele estava se dirigindo a eles como quem eles realmente eram!

“Javi, até que você deixe de lado as coisas que nos tornaram metades de um todo, bom ou ruim, eu não posso ir! E você!….” sua voz ficou mais calma. “Você não pode ficar onde está! Quaisquer que sejam os pecados que cometemos por causa do que tivemos, pensamos ou fizemos, apegar-se a eles só fará com que você fique tão morto quanto eu. Eu estou morto! Eu não preciso ou quero ou mesmo mereço seus pensamentos… seus medos… não mais!”

Kurt permaneceu no chão, pensando nas palavras que acabara de proferir que não eram realmente suas. Aparentemente inconsciente de que os outros estavam apenas esperando que ele quebrasse o silêncio estrondoso que permanecia, ele ponderou as palavras que havia falado: “Eu não mereço seus pensamentos, seus medos”. Isso é tudo que ele podia ouvir.

Ele quis dizer que Tonio não os merecia, pois não era digno do tempo… ou ele quis dizer que não merecia ser mantido em cativeiro por eles? No momento, ele não sabia. Ele não tinha mais certeza do que sabia quando devolveu o pedaço de vidro imaginário ao chão.

Javi tinha amado Tonio com uma paixão que ele nunca poderia descrever e ele sabia que Tonio o amava tão apaixonadamente, mas eles realmente se alimentaram um do outro assim, como dois parasitas? Amando o ódio deles? Odiando seu amor?

Cada grama de raiva parecia ter evaporado, como uma nuvem escura sendo vítima dos raios curativos do sol. Por sugestão do Dr. Piper, cada palavra de sua atuação emocionalmente carregada foi gravada e Javi, voltando a si, ficou feliz… e aliviado. Acabou? Com o tempo gasto para digerir tudo, ele esperava fervorosamente que sim.

Ele finalmente notou Kurt ajoelhado na frente dele. Jeff e Blaine não disseram nada, como se fossem apenas adereços na reconstituição do sonho que os atormentava há meses. Mesmo ciente de sua própria dor, ele não havia perdido o fato de que Tonio… ou quem quer que fosse… havia abordado a questão do porta-retratos quebrado… de sua proteção… do sentimento de Tonio sufocado por isso. E Blaine e Jeff? Ele adivinhou que eles estavam lá apenas para demonstrar o fato de que as coisas certamente haviam mudado para ele… para Kurt… para todos.

Tanto quanto os outros queriam deixar este quarto para trás depois daquela meia hora angustiante, mas reveladora, Blaine queria ficar por alguns minutos.

Essa música estava tocando em sua cabeça quase desde o momento em que eles tomaram seus lugares na sala. Fantasia? Realidade? Sonho? Depois do que acabara de testemunhar, não tinha certeza de nada. Mas aquela música continuou girando e girando em sua cabeça. Ele fez várias tentativas de deixar isso de lado, tentando se concentrar no drama que se desenrolava diante de seus olhos. Foi este o fim de tudo, então? Deus, como ele esperava isso!

Os Pretenders fizeram dessa música um sucesso, mas a voz que ele ouviu era a de Finn. Os pensamentos em sua cabeça eram sobre Finn. Eles tocaram essa música em seu funeral porque era Finn. Leal, empático, direto e direto ao ponto. Você nunca teve que se perguntar onde você estava com Finn. Ele estava sempre lá… assim como no sonho. Aquela outra presença estava lá… como uma sentinela se recusando a deixar seu posto.

“Eu vou ficar bem,” Blaine reiterou. Claro que ele entendeu por que os outros não concordaram com seu pedido de ficar para trás por um tempo, neste quarto que lhes causou tanto sofrimento… mas agora? Talvez tenha trazido alguma cura também.

Negócio inacabado. Foi assim que me senti… como, por qualquer motivo, ainda havia algo que precisava ser tratado. Quando a porta finalmente se fechou atrás deles, ele examinou o quarto, sentando-se na cama e segurando um dos travesseiros contra o peito.

Realmente importava se era ou não Finn? No grande esquema das coisas, ele supôs que não, mas o que ele testemunhou hoje apenas trouxe a letra dessa música para um foco mais nítido.

Isso, ele percebeu, era amor verdadeiro. Pessoas tentando e às vezes falhando em amar perfeitamente. Querendo proteger demais ou não o suficiente. Desejando que as pessoas mudassem e desejando que não mudassem. Quase nunca se vendo por quem você era, mas com certeza você conhecia o outro por dentro e por fora. A luta, o entrelaçamento de amor e ódio… mas aguentando assim mesmo. Talvez aguentando muito tempo. Ter que deixar ir, lutar, trabalhar em algo que todos achavam que não deveria exigir trabalho.

Tônio e Javi? Eles tinham sido um par volátil dentro e fora de seu relacionamento. Essa volatilidade explodiu no palco, criando a magia Mateo de que todos falavam, e deixou muitas perguntas sem respostas, muitos corações e vidas partidos quando Tonio foi abruptamente arrancado de seu mundo.

Blaine esperava que ele não estivesse imaginando a sensação ligeiramente instável de paz que agora sentia aqui. Apenas uma sala comum que precisava de pintura. Ele se jogou na cama e respirou fundo, fechando os olhos.

E assim como na música, eles estavam todos em uma encruzilhada agora. Blaine tinha uma vida para viver fora desta sala. Ele entraria por aquela porta e faria o quê? Ele não sabia ao certo, mas era a vida, não era? E em sua mente ele podia sentir aquela presença benevolente virando na direção oposta, longe do lado escuro. Esse lado doloroso, mas inevitável, da vida, viveu ao lado daqueles que fariam o seu melhor para protegê-lo, para acompanhá-lo quando você desse os passos incertos para o futuro, para ficar ao seu lado, quer você soubesse ou não, quer você quisesse. eles ou não; aqueles que o amariam quando tudo o que você poderia merecer fosse o desdém deles, ali para fornecer amor verdadeiro.

ESTAREI AO SEU LADO
Oh, por que você parece tão triste?
Lágrimas estão em seus olhos
Venha e venha para mim agora
Não tenha vergonha de chorar
Deixe-me ver você passar
Porque eu também vi o lado negro
Quando a noite cai sobre você
Você não sabe o que fazer
Nada que você confesse
Poderia me fazer te amar menos, ficarei ao seu lado
eu vou ficar ao seu lado
Não vai deixar ninguém te machucar
eu vou ficar ao seu lado
Então, se você está bravo, fique bravo
Não guarde tudo dentro
Venha e fale comigo agora
Ei, o que você tem a esconder?
Eu também fico com raivaBem, eu sou muito parecido com você
Quando você está na encruzilhada
E não sei qual caminho escolher
Deixe-me ir junto
Porque mesmo que você esteja errado, eu vou ficar ao seu lado
eu vou ficar ao seu lado
Não vai deixar ninguém te machucar
eu vou ficar ao seu lado
Leve-me, em sua hora mais escura
E eu nunca vou te abandonar
eu vou ficar ao seu lado
E quando
Quando a noite cai sobre você, baby
Você está se sentindo sozinho
Você não estará sozinho, eu ficarei ao seu lado
eu vou ficar ao seu lado
Não vai deixar ninguém te machucar
eu vou ficar ao seu lado
Leve-me, em sua hora mais escura
E eu nunca vou te abandonar
eu vou ficar ao seu lado
eu vou ficar ao seu lado
Não vai deixar ninguém te machucar
eu vou ficar ao seu lado
Não vai deixar ninguém te machucar
eu vou ficar ao seu lado
eu vou ficar ao seu lado
Não vai deixar ninguém te machucar
eu vou ficar ao seu lado
Leve-me, em sua hora mais escura
E eu nunca vou te abandonar
eu vou ficar ao seu lado
Quando você está na encruzilhada
E não sei qual caminho escolher
Deixe-me ir junto
Porque mesmo que você esteja errado